Imagem: Dror Yehuda
Faleceu Zvi Yehuda, aos 86 anos, um autodidata que não tinha qualquer diploma universitário, mas que conseguiu desvendar os segredos internos da estrutura do diamante, o que lhe permitiu alargar constantemente o âmbito tecnológico da indústria.
Zvi Yehuda foi criado na escola de lapidação de diamantes que o seu pai, Ben Zion Yehuda, abriu num dos quartos da sua casa na Rua Nachmani em Tel Aviv, em 1951.
Zvi Yehuda juntou-se à indústria com 16 anos, em 1954.
Descobriu uma forma de reciclar o pó de diamante para ser utilizado na moagem, numa altura em que o Governo israelita tinha recolhido todo o pó de diamantes usado das fábricas, mas não fazia ideia de como o reciclar.
Zvi Yehuda fez um acordo com o Governo para reciclar todo o pó de diamantes e o executivo construiu uma pequena fábrica onde ele reciclou centenas de milhares de quilates de pó de diamante sob a gestão de Yehuda.
Passados três anos, quando Zvi Yehuda tinha 20 anos, o Governo deixou de recolher pó de diamantes, mas ele continuou a fazê-lo através do material que comprava por conta própria.
Tornou-se no maior fornecedor de pó de diamantes para as fábricas da indústria em Israel.
Também encontrava diamantes industriais no pó, que selecionava e vendia a fábricas que trabalhavam neste ramo.
Em 1960, Zvi Yehuda foi a primeira pessoa a trazer balanças eletrónicas para Israel: “Tornámo-nos representantes de uma empresa suíça, adaptei as balanças de gramas para quilates e vendi-as às fábricas.”
Em 1964, Zvi Yehuda inventou a fervura profunda, que limpa as imperfeições negras do interior do diamante. “Produzi um instrumento especial, totalmente selado, capaz de suportar a temperatura e a pressão muito elevadas, e uma combinação especial de ácidos para limpar os diamantes.” Um ou dois anos mais tarde, a fervura profunda tornou-se um padrão na história.
Em 1965, Zvi Yehuda inventou a perfuração a laser de diamantes.
Alguns diamantes contêm uma imperfeição interna de ponto negro e, utilizando um laser, conseguiu perfurar o ponto negro e limpá-lo. O resultado final é um diamante com uma imperfeição branca que tem um aspeto muito melhor.
“Peguei numa máquina laser existente e adaptei-a para perfurar diamantes, mas não da forma habitual”, explicou.
Este desenvolvimento consistiu em perfurar para fora a partir do interior.
Durante a década de 1970, Zvi Yehuda foi a primeira pessoa no mundo a colorir comercialmente diamantes com radiação, utilizando um acelerador de partículas que ele próprio construiu.
Zvi Yehuda envolveu-se no descasque de diamantes revestidos em 1973. “Descasquei revestimentos com um método químico que não danifica o diamante sob o revestimento e não requer o arredondamento do diamante. Após o processo de descasque, a mercadoria brilhava!”
Antes de 1977, os especialistas em bruto tinham de adivinhar a cor que seria obtida após o polimento de uma pedra bruta. Em 1977, Zvi Yehuda inventou o Colorímetro de Diamantes, um dispositivo que examina os diamantes brutos e prevê a sua cor após o polimento. O Colorímetro diagnostica toda a escala normal das cores D-K.
Em 1982, Zvi Yehuda sugeriu a ideia de aumentar a clareza e descobriu como fazer com que os diamantes com falhas internas parecessem limpos, preenchendo-os com material que não afeta o peso da pedra. No processo que inventou, uma inclusão visível (chamada de pena) dentro do diamante, torna-se invisível a olho nu. Encontrou uma maneira de inserir uma quantidade microscópica de material que tem as mesmas propriedades óticas que um diamante na inclusão, usando um processo de alta pressão e alta temperatura.
Em 1995, Zvi Yehuda melhorou o Colorímetro para poder verificar o Fancy Yellow e reduziu o tamanho da máquina de cores do tamanho de um microondas para o tamanho de uma câmara portátil.
Zvi Yehuda esteve sempre empenhado em melhorar as versões e capacidades do Colorímetro.
Em 2013, perante o grande receio da indústria diamantífera em relação aos diamantes sintéticos, inventou uma máquina, a Sherlock Holmes, capaz de verificar, em poucos segundos, se um lote de milhares de pequenos diamantes pode conter diamantes sintéticos.
A ideia do Sherlock Holmes remonta aos anos 60, quando Yehuda decidiu tentar fabricar um diamante. Conseguiu, na altura, fazer pó de diamante.
“Um dia, haverão diamantes cultivados em laboratório”, dizia Yehuda.
No total, Yehuda precisou de duas tentativas e alguns meses para conceber um protótipo funcional para o detetor de sintéticos.
Yehuda preocupava-se com o futuro da indústria dos diamantes que, segundo ele, está a ser atacada pela falta de marketing, pelo aparecimento dos sintéticos e por uma geração que teme os diamantes de sangue e se afasta das pedras extraídas. No entanto, sempre adorou o seu trabalho e sempre quis ajudar a indústria a progredir.
Yehuda deixa a mulher, Meira, os seus três filhos, Roni, Dror e Moshe, e a sua filha, Yael Konigsberg.
Fontes: Rapaport, yehuda.com e instoremag.com
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