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Williamson Diamond Mine

Dr. Williamson, um visionário

A indústria de diamantes da Tanzânia, caracterizou-se na década de 1930, por uma dispersão de operações de mineração pequenas que eram insignificantes para a economia do país. Surge então o Dr. Williamson, que foi contratado por uma dessas operações, a mina de diamantes Mabuki, em 1938, que a utilizou como base para a prospeção de diamantes na região.

Em 1940 descobriu o tubo de kimberlito Mwadui e, no decorrer dos anos seguintes, desenvolveu a mina, embora tenha sido prejudicado pela dificuldade em adquirir equipamentos e arrecadar fundos devido à Segunda Guerra Mundial.

Na década de 1950 já tinha desenvolvido a mina de diamantes Williamson, como a primeira mina de diamantes significativa na Tanzânia. A mina foi visitada no início da década de 1950 pelo autor norte-americano, John Gunther, que a descreveu no seu livro, Inside Africa. A mina empregava então 2600 trabalhadores africanos, 110 europeus e 60 asiáticos e ficou conhecida pelas suas inovações técnicas na mineração de diamantes, que foram desenvolvidas sob a supervisão de Williamson. Este administrou de perto a mina até à data da sua morte, em 1958, aos 50 anos.

Os herdeiros de Williamson venderam a mina por cerca de 4 milhões de libras esterlinas para uma parceria igualitária entre a De Beers e o governo colonial do Tanganica, a 13 de Agosto de 1958.

Em 1971, uma década após a independência da Tanzânia (antigo Tanganica), o governo nacionalizou a mina. Embora os detalhes sejam desconhecidos, a De Beers e outros participantes da indústria de diamantes especulam que o desempenho da mina se deteriorou significativamente na década de 1980, sob a gestão do governo.

As causas para essa especulação, são uma diminuição no teor do minério à medida que os depósitos mais ricos da mina foram trabalhados, perda de gerenciamento estrangeiro qualificado e equipa de engenharia, uma força de trabalho sobrelotada, resultado dos esforços de emprego do governo e investimento de capital inadequados nos equipamentos da mina. Como resultado desse mau desempenho, a Tanzânia convidou a De Beers a comprar de novo a mina e a empresa sul-africana aceitou.

Em 1994, a De Beers comprou 75% da mina Williamson, com a Tanzânia a ficar com as ações restantes.

Desde 1994 a De Beers trabaçhou para melhorar o desempenho da mina de diamantes Williamson, reduzindo a força de trabalho, fazendo investimentos de capital em equipamentos e trazendo experiência em tecnologia, técnica e exploração. Embora a mina ainda seja vista como uma mina de desempenho instável, devido ao seu baixo teor de minério, o grupo De Beers arranjou caminhos para o seu desenvolvimento que manteriam a mina a operar no futuro.

Em Setembro de 2008, a Petra Diamonds Ltd concordou em adquirir a Williamson Mine à De Beers e concluiu a aquisição em Fevereiro de 2009.

en.wikipedia.org

Uma mina geologicamente peculiar

A mina está localizada a cerca de 160 quilómetros a sul da cidade de Mwanza, no distrito de Kishapu, na região de Shinyanga. Williamson, o descobridor do local, primeiro proprietário da mina, nomeou o local “Mwadui” em homenagem a um chefe local, “Williamson” e “Mwadui” agora são praticamente sinónimos no mundo da mineração de diamantes.

A característica geológica mais importante da mina de diamantes Williamson é o tubo de kimberlito no qual está localizada. Com 146 hectares de área ao nível da superfície, é o maior tubo vulcânico de diamantes economicamente explorável do mundo. Os testemunhos de perfuração exploratórios recentemente conduzidos pela De Beers, indicaram que o tubo é um kimberlito piroclástico e isso indica que pode ser possível estender a atual mina a céu aberto de 90 metros de profundidade para até 350 metros de profundidade e continuar ainda mais abaixo com as operações de mineração subterrânea. Uma revisão das operações da mina e dos planos de longo prazo continua a ser estudada.

en.wikipedia.org

Let’s talk productivity

A mina de diamantes Williamson é agora caracterizada pelo baixo teor de minério, de cerca de seis quilates de diamante por cem toneladas desse material. É uma diminuição drástica de produção, desde o início da vida da mina. Durante os primeiros 25 anos de operação, o teor médio do minério foi de cerca de 30 quilates por cem toneladas, sendo que, nos primeiros anos de operação plena, os teores chegaram a 62 quilates por cem toneladas, ou seja, dez vezes o minério obtido nos dias de hoje.

A produção nas décadas de 1950 e 1960 era geralmente entre 500,000 e 750,000 quilates por ano, com o ano de pico de produção a ser em 1966, quando foram produzidos 924,984 quilates. Hoje, os níveis de produção para todas as atividades de recuperação de diamantes da mina Williamson são de cerca de 300,000 quilates por ano.

As pedras notáveis ​​​​descobertas na mina Williamson, incluem o ´Williamson Pink Diamond´, de 54,5 quilates, que foi apresentado à então princesa Elizabeth e ao príncipe Philip no seu casamento em 1947 e um diamante de 388 quilates encontrado em 1990.

www.forbes.com

Mais do que uma mina

A mina foi equipada com uma série de instalações desportivas, que incluíam piscina pública, campos de ténis e squash, campo de futebol, pista de atletismo, campo de golfe e Yatch Club. Havia também um hospital cirúrgico, com dois médicos ingleses, um indiano e uma equipa de enfermagem. O hospital costumava tratar os funcionários da mina sem custos, e as pessoas pobres das áreas vizinhas podiam receber tratamento lá por uma quantia simbólica. Essas instalações caíram em desuso após a era colonial, mas permanecem parcialmente mantidas pela mina.

www.raid-uk.org

Ano Fiscal 2022

Neste ano fiscal a mina Williamson gerou à Petra Diamonds 75,9 milhões de dólares de lucro de vendas, com 197,756 milhões de diamantes a serem vendidos.

A mina produziu 228,070 quilates de diamantes no ano fiscal 2022.

  

www.petradiamonds.com/

     

Redação

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