UE pondera classificar diamantes russos como ‘de sangue’

A notícia surgiu no De Morgen e é referida também pelo The Brussels Times, após a exclusão da medida, à última hora, das sanções europeias contra a Rússia.

Na Europa, o comércio de diamantes, com Antuérpia como centro, movimenta cerca de 96 por cento da poderosa indústria diamantária, que representa cerca de 15 por cento do PIB belga. Os representantes da UE têm, por isso, recusado banir liminarmente a importação de diamantes russos.

No mapa mundial da indústria dos diamantes, a russa ALROSA assume o primeiro lugar na capacidade de extracção dessas pedras, e assegura cerca de 95 por cento da capacidade de produção do país. Calcula-se que a indústria represente uma receita de cerca de 4 mil milhões de dólares das exportações russas todos os anos. Isso significa que uma boa parte dessa receita acaba por financiar as necessidades do exército russo.

Para a Bélgica e para o seu primeiro Ministro, Alexander De Croo, banir a importação de diamantes russos teria um impacte nulo na economia do país dirigido por Vladimir Putin. No entanto, De Croo faz notar que a Europa tem muito a perder, uma vez que a Rússia passaria a utilizar outros centros de negócio de diamantes fora da Europa, como é o caso do Dubai, que não alinha nas sanções que pretendem penalizar a invasão da Ucrânia há cerca de um ano.

Um quarto das importações de diamantes do distrito de Antuérpia, em 2021, tiveram como origem a Rússia. Os activistas ucranianos acusam a Bélgica de financiar a guerra no seu país com essas compras.

A União Europeia está a tentar encontrar uma saída consensual para a questão, que assume agora outras proporções na Bélgica, com o partido socialista flamengo a pressionar o governo para impor um veto à importação de diamantes russos.

A verdade é que já se nota um acentuado declínio no comércio com a Rússia. Mas a Europa pode ser facilmente substituída na rota dessas pedras pela Índia, por exemplo, onde são polidos e voltam a entrar no circuito comercial, tornando muito difícil o controlo da sua origem.

Fontes: De Morgen, The Brussels Times

Redação

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