Alguns membros do Processo Kimberley (KP) e um conjunto de governos pediram que os diamantes da Rússia sejam rotulados como diamantes de conflito.
A Bielorrússia candidatou-se a vice-presidente dos KP em 2023 e presidente em 2024, de acordo com a Reuters.
Os KP tomam decisões por consenso, visto que não conseguem chegar a acordo sobre este tema, o conflito sobre a Rússia corre o risco de gerar um grande problema neste organismo.
O representante dos Processo Kimberley, da Ucrânia, Vladimir Tatarintsev, afirmou que “a Rússia está a pressionar a Bielorrússia para se tornar presidente, para que os interesses da Rússia possam ser protegidos dentro dos KP”.
A Bielorrússia não respondeu a essas acusações e a Rússia condenou as tentativas ucranianas de politizar os KP.
Os KP têm o poder de proibir as exportações de diamantes de certos países, como fez em 2013, quando os rebeldes tomaram o poder na República Centro-Africana.
Na sua candidatura, a Bielorrússia afirmou estar preparada para defender a “unidade e autoridade” dos KP. A Bielorrússia, que nunca foi presidente dos KP, apoiou a Rússia na anulação de uma proposta que visava discutir se os diamantes russos estavam a sustentar a invasão da Ucrânia, assunto que foi discutido numa reunião dos KP em Junho.
Jacob Thamage, do Botswana, e atual presidente dos KP, a quem a proposta foi dirigida, não respondeu a um pedido de comentário por parte do Mining Weekly.
Os Emirados Árabes Unidos, o maior centro de comércio de diamantes em bruto do mundo, também se candidataram à presidência em 2024, segundo a Reuers.
Os Emirados Árabes Unidos não impuseram sanções à Rússia, procurando manter uma posição neutra sobre a guerra na Ucrânia.
Tatarintsev disse ainda que a Ucrânia não tem objeções à nomeação dos Emirados Árabes Unidos, mas acrescentou que “é improvável que neste momento alguém consiga unir todos os países pertencentes aos Processos de Kimberley”.