TEFAF Maastricht: a arte da alta joalharia

A feira global de arte e antiguidades regressou ao Centro de Exposições e Conferências de Maastricht (MECC) para a sua 36.ª edição, que conta com os mais diversos artistas e respetivas obras de arte.

A TEFAF, que começou no dia 11 deste mês e termina no dia 19, tem em exposição jóias de diferentes épocas, movimentos artísticos e marcas, mas que possuem uma pedra preciosa em comum, o diamante.

Aqui fica a lista de algumas das principais jóias da TEFAF Maastricht de 2023.

O primeiro conjunto de jóias é composto por um colar e um pingente em clipe, de 1971 e 1970, respetivamente, da coleção Heritage da Van Cleef & Arpels.

O colar em ouro possui diamantes, 13 esmeraldas e 14 safiras, enquanto o pingente, também em ouro, tem diamantes, 17 esmeraldas e 8 safiras.

Colar e pingente com pedras preciosas
Imagem: Van Cleef & Arpels

De acordo com a TEFAF, as duas peças revelam a caraterística única da Maison relativamente aos seus designs e jóias transformáveis. Cada peça pode ser usada em separado ou em conjunto.

Além dessa peça, a Van Cleef & Arpels tem outras jóias em exposição na feira.

A segunda peça apresentada é o clipe Pampilles, que foi criado em 1929. A jóia representa o estilo predominante da época, o Art Déco.

O seu formato relembra uma cascata, na qual “cintila uma queda de diamantes ao libertar as suas luzes ao ritmo dos movimentos”, observou a Maison. 

Clipe Pampilles
Imagem: Van Cleef & Arpels

A marca acrescentou que “as franjas de diamantes redondos, de comprimentos variados, oferecem uma transcrição realista da cascata, termo que também designa um arranjo gradiente de gemas”.

De seguida está o clipe Écarlate, de 1997, que faz parte da tradição das peças Serti Mystérieux, da década de 1930, com inspirações na moda de alta-costura. 

A Serti Mystérieux é uma técnica que permite cravar pedras preciosas sem que fiquem garras ou metais visíveis. 

Clipe Écarlate
Imagem: Van Cleef & Arpels

A jóia possui pedras preciosas, como diamantes e rubis, e é de platina, ouro e ouro branco.

O clipe bailarina Sylphide também foi selecionado para marcar presença na feira. A jóia representa a paixão da Maison pela dança, segundo a própria. Possui diamantes, safiras rosa e amarelas.

Clipe bailarina Sylphide
Imagem: Van Cleef & Arpels

Os primeiros clipes em forma de bailarina, concebidos pela Van Cleef & Arpels, surgiram em 1941, e este clipe é inspirado no balé romântico La Sylphide (1832), uma obra que introduziu pela primeira vez no palco o tutu longo composto por várias anáguas.

O efeito de volume do tutu foi recriado através da sobreposição das superfícies cravejadas de diamantes.

A TEFAF conta também com uma opulenta jóia apresentada por Simon Teakle, curador de jóias finas e de outros objetos: o anel Trombino.

Essa peça da Bulgari, criada nos anos 60, possui vários diamantes e uma esmeralda central.

Anel Trombino
Imagem: Simon Teakle Fine Jewelry & Objects/TEFAF

O Trombino, que significa ‘pequeno trompete’, representa um dos designs mais populares da Bulgari, apresentando uma esmeralda de corte retangular rodeada por diamantes em baguette e pavé.

O anel possui ainda uma particularidade: foi desenhado em 1932 pelo fundador da marca, Giorgio Bulgari, como um anel de noivado para a sua esposa.

Em seguida está um alfinete em forma de borboleta multicolorida e repleta de gemas, criado por Jules-Jean-François Fossin em 1850.

A borboleta com diamantes, rubis, esmeraldas e uma pérola está a ser apresentada pela marca especialista em jóias antigas Wartski.

Alfinete em borboleta com gemas raras
Imagem: Wartski/TEFAF

O joalheiro criador era conhecido por ter a Natureza como inspiração das suas jóias, que eram complementadas com várias pedras preciosas coloridas.

Trabalhou em conjunto com o seu pai, Jean-Baptiste Fossin, chefe da oficina de Jean-François Nitot, cujo pai era joalheiro e ourives de Napoleão I.

Acredita-se que a jóia terá sido oferecida a Caroline Fraser, esposa do príncipe Lucien Murat, sobrinho de Napoleão Bonaporte.

A última peça da lista é um alfinete em forma de libelinha, de Frédéric Boucheron, que se insere na Arte Nova, concebido em 1900.

A jóia tem diamantes, safiras, crisoberilos, e está a ser apresentada pela Epoque Fine Jewels.

Alfinete em forma de libelinha, de Boucheron
Imagem: Epoque Fine Jewels

De acordo com a TEFAF, a Arte Nova não teve um forte impacte nas criações de Boucheron, mas aquelas que existem e representam esse movimento artístico têm formas que aludem às figuras de insetos e libelinhas.

O alfinete “combina as linhas elegantes da Arte Nova com gemas tradicionais, como as safiras e os diamantes, resultando num esquema gráfico bonito”.

As peças criadas por Boucheron referentes a esse período são extremamente raras e, como tal, bastante procuradas por museus e colecionadores a nível mundial.

Fontes: TEFAF, Van Cleef & Arpels

Redação

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