A Shimansky Jewelers reuniu várias entidades na Cidade do Cabo (África do Sul), para o lançamento do seu mais recente produto, Cape Town Ring. O evento contou com várias entidades oficiais do sector do turismo e ligados à economia do país e decorreu na Fundação Norval, em Tokai, um dos mais significativos da Cidade do Cabo, celebrando também a beleza e a cultura partilhada com o povo local.
Segundo o CEO da Shimansky, Yair Shimansky, o evento não representou apenas a joalharia da sua marca, mas um contributo para o relançamento do turismo local depois de a pandemia de Covid19 ter afetado em geral a maioria dos sectores.

Em entrevista a Natural Diamond World, Yair Shimansky destacou a importância do lançamento, cujo objectivo foi chamar a atenção para a vitalidade dos criadores e para os atractivos do turismo na Cidade do Cabo.
Natural Diamond World: O que representa o novo produto e por que recebeu o nome da Cidade do Cabo?
Yair Shimansky: Não é um anel normal. Tem um design bastante fora do vulgar. Portanto, a ideia de que os visitantes da cidade o comprem e regressem aos seus países, permite-lhes contar a história da peça e convidar mais pessoas a visitar a Cidade do Cabo. Isto porque agora toda a gente tem muito por onde escolher e nós queremos garantir que esta capital esteja no topo da lista, na cabeça das pessoas, recebendo a sua merecida quota de visitantes internacionais. Toda a gente aqui tem o que é preciso para acolher turistas e viajantes. Temos paciência, cultura, a economia e o impacte social para isso.
Natural Diamond World: Que tipo de diamante usou para o novo produto?
Yair Shimansky: Estamos na África do Sul e somos um país produtor de diamantes. Há mais de 20 anos que, na Shimansky, compramos diamantes diretamente da Mina de Diamantes em Kimberly. Além disso lapidamos todos os diamantes nas fábricas locais da Cidade do Cabo. Definitivamente, usamos o ouro e o diamante sul-africano.
Natural Diamond World: Como utilizador de diamantes naturais nos seus produtos, o que pensa sobre os diamantes sintéticos?
Yair Shimansky: Estou a par do que se passa com os diamantes sintéticos na indústria. Penso que não substituem os diamantes naturais, mas creio que terão o seu lugar junto das pessoas que queiram diamantes maiores por custos menores. A principal diferença é que têm de ser produzidos e não são únicos. A cada ano que passa, o seu valor tende a baixar para o de um produto baseado num certo valor. Já o diamante natural é sempre único. Também tem a capacidade de afectar a comunidade e os benefícios económicos do lugar onde são extraídos. Na África do Sul, nós apoiamos definitamente o diamante natural. Mas haverá pessoas que, não podendo dar-se ao luxo de o comprar, quererão usar o seu substituto mais económico. É sempre uma escolha. Queremos comprar sapatos de pele ou de de pele fabricada? A escolha é pessoal e, sim, desde que a indústria seja transparente, comprá-los é de facto muito barato. Mas, em dois ou três anos, o preço deles baixa. O diamante natural recupera o seu preço porque, como disse é sempre único, mesmo entre os outros diamantes naturais.
Natural Diamond World: Em que países se compram mais os seus produtos?
Yair Shimansky: Vendemos a nossa joalheria a muitos visitantes que vêm à Cidade do Cabo. Também exportamos predominantemente para o mercado dos Estados Unidos. Temos lá uma sede e temos representantes joalheiros em diferentes locais do mundo.
O CEO da Shimansky revelou ainda que pretende visitar Angola, ressalvando que os recursos naturais daquele país ainda estão a 10% da sua capacidade de exploração. Mas afirmou que a sua empresa também quer comprar diamantes das minas angolanas.
A ciência da luz e a cultura da perfeição
Yair Shimansky passou dois anos no Japão a estudar a ciência da luz e da óptica relacionada com os diamantes. A cultura da paciência e dos detalhes também moldou a sua visão da indústria. Quando chegou à África do Sul, em 1991, passou uns anos a vender as suas peças num mercado de artesanato antes de inaugurar a sua primeira loja, em 1994.
É conhecido pelas suas muitas lojas, onde vende várias colecções com o seu nome. Uma das obras mais famosas é uma bola de futebol de 3.500 quilates, criada para a Taça do Mundo da FIFA, com 6620 diamantes brancos e 2640 diamantes negros, todos de origem sul-africana, com cerca de 2,22 quilos, valendo mais de 2.2 milhões de dólares.
Shimansky nasceu em Israel, em 1967. O pai trabalhava para uma companhia marítima e os primeiros 12 anos da sua vida foram passados, em longas temporadas, a bordo dos navios que comandava. Depois disso a família passou um ano em Londres, onde não conseguiu ser tão feliz como fora nos navios, que lhe deram oportunidade de conhecer mais de 30 países.
A família regressou a Israel onde, por ser demasiado irrequieto, foi estudar para um colégio interno, que adorou. Mais tarde trabalhou arduamente para comprar a sua primeira mota. As aulas de karate criaram nele um fascínio pelo Japão, onde acabou por encontrar a sua vocação como joalheiro.
Dialungana Oliveira / África do Sul