Imagem: Twitter de Ari Epstein
Numa carta aberta, Ari Epstein, diretor executivo do Antwerp World Diamond Centre, sublinha a crescente importância atribuída à origem dos diamantes, à luz da polémica com as pedras provenientes da Rússia.
Depois de alguns eventos cataclísmicos, nomeadamente a pandemia de Covid-19 e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, é indiscutível o facto de a indústria estar em transformação. No entanto, Ari Epstein acredita que se avizinha outra mudança significativa.
O comércio e as relações comerciais mudaram drasticamente no último ano e os comerciantes tiveram de se adaptar a novas formas de negócio.
Epstein acredita que isso é apenas o “começo de uma mudança de paradigma na indústria”, na qual irá perdurar uma nova tendência: a qualidade será substituída pela origem.
Com a aproximação da cimeira do G7, em Maio, no Japão, um dos tópicos que serão discutidos e que têm fomentado diversos debates a nível mundial é o dos diamantes russos.
O CEO explica duas razões que levam a questão da origem a mudar todo o mercado de diamantes e de jóias num futuro bem próximo.
Afirma que os temores de escassez de bens que o AWDC expressou desde o início do ano passado estão a tornar-se realidade.
“O corte de 30 por cento do stock global de diamantes está a começar a criar grandes preocupações na cadeia de fornecimento com os retalhistas hoje. A razão dessa escassez crescente: a origem errada.”
A segunda razão apontada por Epstein está relacionada com a tecnologia, que tem sido cada vez mais aprimorada no sentido de corresponder às necessidades do mercado e dos consumidores.
Dá o exemplo da empresa Spacecode, cuja equipa científica, liderada pelo professor André Rubbia, físico experimental de partículas e líder mundial em física de neutrinos, está a desenvolver uma tecnologia com base na Inteligência Artificial que será capaz de identificar cada diamante e determinar a sua origem.
A máquina, denominada DiamondSource, conseguirá autenticar e averiguar a proveniência de diamantes desde os 0,2 a 50 quilates.
Ao ser possível determinar a origem de cada diamante com facilidade e a um preço acessível, de acordo com o CEO, não haverá necessidade de declarações ou burocracias, visto que um simples teste informará o consumidor acerca daquilo que precisa de saber, e os governos irão, assim, decidir adotar essa tecnologia.
Numa tentativa de supressão da escassez de bens, os diamantes russos marcam presença em joalharias de todo mundo. Mas, quando os dispositivos de detecção se tornarem mais comuns na cadeia de valor do diamante os comerciantes a retalho irão sentir uma mudança drástica, realçou Epstein.
“A rastreabilidade em todas as suas várias facetas, muitas das quais vão além da origem e incluem, por exemplo, o impacte positivo nas pessoas e no planeta, ainda permanece valiosa, como um elemento vital para os participantes da cadeia de valor do diamante aumentarem a integridade da sua cadeia de fornecimento.”
“A verificação de origem irá rapidamente tornar-se o novo normal, como um meio de verificar essa integridade”, conclui Ari Epstein, aconselhando ainda que a indústria precisa de se começar a preparar agora.
Fontes: The Diamond Loupe, g7hiroshima.go.jp, Twitter de Ari Epstein
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