Processo Kimberley vai redefinir a expressão-chave da sua missão

Pela primeira vez, vinte anos após a sua fundação, o Processo Kimberley irá realizar um debate cujo tema principal vai ser a redefinição da expressão 'diamantes de conflito'.

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Na primeira página do website do Processo Kimberley é possível ver a resposta à pergunta “O que é o Processo Kimberley?”: “O KP une administrações, sociedades civis e indústria na redução do fluxo de diamantes de conflito – ‘diamantes brutos usados ​​para financiar guerras contra governos’ – em todo o mundo.” Ou seja, os diamantes de conflito são realmente a base fundamental da criação do KP, em 2000.

Mas para alguns representantes da indústria e do mercado dos diamantes, esta expressão não admite todas as reais facetas desse tipo de diamantes.

Edward Asscher, presidente do World Diamond Council, ao discursar na sessão de abertura da plenária do KP, em Gaborone, no Botsuana, na semana passada, referiu: “Não conseguimos chegar a um consenso no ciclo anterior de Revisão e Reforma sobre como pode ser possível fazer referência a violações dos direitos humanos na definição de diamantes de conflito. Mas, nos últimos dois anos, a centralidade dos direitos humanos foi formalmente reconhecida pela Plenária do KP.”

Membros do Processo Kimberley, como a União Europeia (que apesar de contar com vários países, se assume como um único membro), a Ucrânia, os Estados Unidos, entre outros, tentaram iniciar o processo de redefinição em Junho.

A tentativa foi impedida pela Rússia, pela República Centro-Africana, pela Bielorrússia e pelo Quirguistão (países que também se opuseram à discussão sobre a Rússia e a designação dos seus diamantes como de conflito).

O próximo passo a tomar pelos atuais representantes do Processo Kimberley é a aprovação de uma revisão completa da sua definição de diamantes de conflito que, neste momento, apenas se referem a diamantes brutos usados para financiar guerras contra governos.

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