A Natural Diamond World (NDW) entrevistou Alexander De Croo, o Primeiro Ministro belga que se deslocou à FACETS2022 para reafirmar o apoio do Governo do seu país ao comércio de diamantes.
NDW: Qual o significado desta conferência para a Bélgica?
Alexander De Croo: O comércio de diamantes tem uma imensa tradição aqui. Antuérpia é, há mais de 600 anos, um importante centro de diamantes. Mas a história não garante o futuro. E a cidade está decidida a manter o seu papel de liderança estabelecendo os seus padrões de excelência ao mais alto nível, tanto na vertente ética como em relação à sustentabilidade. Antuérpia sempre indicou ao resto do mundo o caminho a seguir.
Estamos dispostos a continuar a desempenhar esse papel, melhorando toda a cadeia de valor, o impacto que a mineração de diamantes tem nas comunidades locais e na sociedade.
A razão por que estou aqui é para mostrar que existe apoio político nesse sentido.
NDW: O Dubai parece querer disputar esse lugar central na indústria dos diamantes. Acha que isso vai acontecer?
Alexander De Croo: A competição é sempre boa e não sou contra ela. A competição obriga-nos a dar sempre o melhor de nós e mostrarmos o que somos capazes de fazer. É o que Antuérpia tem feito nos últimos anos, mostrando as suas capacidades, mantendo os seus padrões a um alto nível, trabalhando de forma sustentável e estabelecendo boas parcerias com os países com os mesmos objectivos.
E também através do uso da tecnologia, que acreditamos que pode melhorar a qualidade dos processos de forma significativa.
Toda a gente sabe que este é o lugar em que se desenvolveram as melhores competências e a maior experiência, não só em relação à herança histórica, como também no sentido do futuro. E também conseguiu estabelecer uma forte relação de confiança na qualidade da sua actividade.
NDW: Em relação às novas tecnologias, considera que afectarão significativamente o mundo dos diamantes e outras áreas relacionadas?
Alexander De Croo: Penso que processos como o Kimberly têm de continuar a melhorar e mostraram que funcionam. Com os diamantes e também podemos usá-los noutras indústrias. Há sempre espaço para melhorar e o que temos notado é um gigantesco “empurrão” dos consumidores, que querem mais transparência, mais valor comprovado. O que é compreensível, visto que querem ter nos dedos diamantes que sabem como foram minerados e comercializados, ou se houve trabalho infantil envolvido, por exemplo. Acho que é compreensível e que devemos adaptar-nos a essa exigência cada vez maior.
Quando surgiu o pedido para estar presente nesta conferência, aceitei de imediato, porque Antuérpia tem tido um papel muito importante nesta indústria, que o resto do mundo reconhece e que nós queremos manter.