A empresa de comercialização de diamantes do Botsuana pretende fortalecer e diversificar os seus canais de venda, assim como parcerias, em resposta ao aumento da procura de diamantes devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
O diretor administrativo da Okavango Diamond Company (ODC), Mmetla Masire, divulgou na semana passada, no JCK Las Vegas, um dos maiores eventos de comércio da indústria de jóias do mundo, os planos de crescimento da empresa a médio e a longo prazo.
A procura de diamantes após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em Fevereiro do ano passado, e as sanções que têm vindo a ser impostas contra a Rússia, constituíram oportunidades únicas para o setor de diamantes noutros países, nomeadamente no Botsuana.
Considerando essa situação geopolítica, Masire observou que a ODC está assim a explorar ativamente “vários caminhos, alianças e parcerias para promover o seu crescimento e criar mais oportunidades”.
Uma dessas parcerias foi realizada entre o governo do Botsuana e a empresa de diamantes HB Antwerp, em que a ODC também está incluída na parceria, uma vez que foi estabelecido um contrato de fornecimento de brutos durante cinco anos à HB Botswana.
“O nosso recente acordo com a HB Antwerp de venda de uma parte dos nossos diamantes brutos representa um passo significativo na expansão da nossa rede de vendas”, notou o diretor administrativo.
Referiu ainda que a parceria que estabeleceu com o Dubai Multi Commodities Centre vai “permitir que os seus produtos sejam vistos no Dubai, alcançando um mercado global”.
Outra parceria, anunciada recentemente, junta a ODC, o Rapaport Group e o Gemological Institute of America (GIA), que lançaram o Green Star Source Program.
Os diamantes que são polidos dos brutos da Okavango Diamond Company são analisados pelo GIA, que emite um relatório de origem a confirmar que foram obtidos de forma ética e posteriormente vendidos no RapNet, já com a certificação “Green Star”.
Masire frisou que a empresa também está à procura de fontes alternativas de diamantes brutos para reduzir a sua dependência da Debswana.
“O interesse que recebemos na nossa proposta de valor, juntamente com visitas de potenciais partes interessadas e investidores, demonstra o crescente reconhecimento da nossa operação em Gaborone”, acrescentou.
Durante o evento em Las Vegas, Mmetla Masire revelou que a ODC pretende vender o raro diamante Okavango Blue, de 20,46 quilates, ainda este ano.
Imagem: ODC
O bruto que deu origem ao Okavango Blue possuía 41,11 quilates e foi descoberto na mina Orapa, em Maio de 2018. A Okavango Diamond Company adquiriu o diamante bruto em Setembro do mesmo ano.
A venda da pedra preciosa estava marcada para Novembro de 2019, mas desde então foi adiada múltiplas vezes.
Todavia, Masire acredita que “as condições atuais do mercado apresentam uma oportunidade para obter lucros ideais para a pedra excecional, planeando vendê-la ainda este ano, à medida que avalia vários métodos de vendas para maximizar o seu valor”.
Fontes: Mining Weekly, Rapaport, businesswire.com, ODC
