Imagem: Women's Wear Daily
No dia em que celebramos todas as mulheres do mundo, podemos refletir sobre as iniciativas e organizações que promovem a presença da mulher e a sua indelével contribuição na indústria diamantífera e joalheira.
O relatório Gender Snapshot divulgado, no ano passado, pela UN Women e pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU destacou que, considerando o atual ritmo de progresso, aquele que é o quinto objetivo dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), alcançar a igualdade de género, não será possível até 2030.
O cumprimento desse objetivo também se insere no setor dos diamantes e das jóias, em que o relatório reforça a ideia de que “a hora de agir e investir em mulheres e meninas é agora”.
“As mulheres impulsionam a procura pela grande maioria das jóias do mundo. Além disso, no movimento de consumo em rápido crescimento, as mulheres e meninas da Geração Y e, agora, da Geração Z, estão a influenciar as decisões do consumidor para produtos e empresas que agem de forma consciente e protegem as suas cadeias de fornecimento”, acrescentou a WJI 2030.
A Watch & Jewellery Iniciative 2030 (WJI) 2030 fez um recente apelo aos líderes da indústria e a todos os seus participantes para unirem forças, com o propósito de acelerar as decisões que devem ser tomadas para tornar “a igualdade de género uma realidade para todos”.
Iris Van der Veken, diretora executiva e secretária-geral da WJI 2030, confirmou que um desses esforços está prestes a se tornar realidade, uma vez que se juntou a Jennifer Markas, diretora executiva da Women’s Jewelry Association, e a Annie Doresca, presidente da Black in Jewelry Coalition, para lançar uma nova iniciativa.
Os Princípios de Empoderamento das Mulheres, ou WEPs, serão implementados a partir de Abril deste ano, para apoiar a indústria na consolidação de uma estratégia que terá em conta a igualdade de género nas empresas, nos mercados e nas comunidades.
Igualdade à vista?
Várias empresas ligadas aos diamantes e às jóias possuem mulheres em cargos de chefia.
Mas, ainda de acordo com o relatório da UN Women, somente uma em cada três chefes ou supervisoras é uma mulher.
Considerando o atual ritmo de mudança, serão necessários mais 140 anos de esforços e movimentos para que a paridade seja alcançada.
Algumas das mulheres que assumem hoje cargos de liderança em grupos, marcas e associações da indústria são: Eira M. Thomas, CEO da Lucara Diamond Corporation, Céline Assimon, CEO da De Beers Jewellers e da De Beers Forevermark, e Maryam Al Hashmi, diretora do Processo Kimberley nos Emirados Árabes Unidos.
Melanie Grant, diretora executiva do Responsible Jewellery Council, e Susan Jacques, CEO e presidente do Gemological Institute of America, também são outras figuras importantes da indústria.
A De Beers anunciou hoje que o seu CEO, Al Cook, foi nomeado HeforShe Champion, como parte da parceria que a diamantífera possui com a UN Women.
O tema da UN Women para o Dia Internacional da Mulher deste ano tem como foco o uso da inovação e da tecnologia para a igualdade de género, um tema que a De Beers afirma estar empenhada em seguir, ao “aumentar a representação das mulheres em funções técnicas em toda a empresa”.
Seguindo as metas da Building Forever 2030, compromete-se a alcançar a igualdade de género em toda a organização da empresa e a apoiar 10 000 mulheres empreendedoras e 10 000 mulheres e meninas que estudam STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) nos países onde os seus diamantes são encontrados.
Jóias de mulheres para mulheres
Neste momento existem várias designers de jóias que fazem parte da nova geração de joalheiras e, como tal, têm bem presentes as atuais tendências e causas que mais interessam às suas, e muitas vezes também seus, clientes.
Alexis Mazza Korb pertence a essa categoria. A joalheira norte-americana de sexta geração criou, em 2017, uma marca de jóias finas chamada LEX Fine Jewelry, com sede em Nova Iorque.
As suas jóias, que apresentam designs com diamantes, pérolas e pedras semipreciosas, são vendidas em 45 lojas em todo o país.
A designer projeta cada jóia da sua marca “de forma a capacitar as mulheres a pensar fora da caixa e permitir que cada cliente crie a sua própria aparência individual, criando uma experiência distinta e emocionante que é diferente para cada cliente”, revelou no seu website oficial.
“Cada cliente sente-se atraída pela delicadeza dos meus designs ou pela escala em que crio as minhas jóias, e acho que isso tem uma grande influência na questão de ser uma mulher a fazer designs para mulheres”, disse Alexis à Natural Diamond World.
A designer observou um facto bastante interessante: tem notado mais mulheres da próxima geração do que homens na indústria.
Alexis partilhou ainda algumas das suas ideias relativamente ao que pode ser feito para haver uma indústria mais inclusiva.
“Permitir que a marca forneça um espaço confortável para que todos consigam trabalhar. É algo verdadeiramente bonito quando os membros podem florescer ao serem eles próprios e ao trabalhar numa marca que os encoraja a fazer isso mesmo.”
O caminho para a igualdade de oportunidades relativamente aos géneros ainda é bastante longo e sinuoso.
Todavia, as várias iniciativas e esforços das empresas e organizações mundiais dão mais esperança de que não seja necessário um século, e múltiplas gerações, para se conseguir alcançar a verdadeira paridade.
Fontes: UN Women, Watch & Jewellery Iniciative 2030, De Beers Group, LEX Fine Jewelry
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