O futuro da indústria: online e tecnologia

Num mundo cada vez mais digital e em constante evolução, a indústria diamantífera e joalheira tem feito esforços para conjugar o lado tradicional com as novas tendências. Várias empresas de tecnologia propõem ajudar os diamantários a adotar formas inovadoras de levar os seus artigos a um público diversificado.

Como a transição do comércio offline para o online é complexa e ainda envolve um número significativo de etapas, algumas empresas de tecnologia desenvolveram softwares para facilitar e acelerar esse processo.

Tecnologia ao alcance de todos

Uma dessas empresas é a DiaCam360, cuja empresa-mãe é a Shirtal DiaCam, que − como indica o seu slogan “Sell Your Jewelry & Diamonds Faster”− age como intermediária na venda de jóias e diamantes, através das suas máquinas com câmaras que tiram imagens nítidas dos artigos, ligadas a um computador.

Molly Shalom, gerente da empresa e sua representante na Israel Diamond Exhibition, realizada na Bolsa de Diamantes de Israel na última semana do passado mês de Março, explicou que “o objetivo é mesmo simplificar todo o processo de comércio de diamantes e jóias, para que qualquer pessoa, ainda que não seja um profissional da área, saiba tirar uma fotografia”.

Existem dois modelos disponíveis: o DiaCam360, com um sistema de fotografia automatizado para diamantes brutos e lapidados e outras pedras preciosas, e o DiaCam360 Plus, cujo sistema de fotografia 4K abrange jóias, diamantes e pedras preciosas.

Cada máquina está à venda por 12 900 dólares e 8 000 dólares norte-americanos, respetivamente.

Os aparelhos analisam o diamante colocado, no primeiro aparelho apoiado na sua cinta, girdle em inglês, e no caso da segunda máquina, sobre uma plataforma, e em questão de segundos criam imagens que revelam as caraterísticas presentes na peça.

Molly Shalom refere que a maioria das pessoas “da indústria não sabe e não tem sequer tempo para lidar com a parte da tecnologia, uma vez que o seu grande objetivo é vender diamantes e jóias”.

“Não têm tempo para gastar meia hora ou 45 minutos numa única fotografia, que é essencial porque só a informação não diz nada ao cliente. Nem se preocupam em clicar no artigo se não tiver uma fotografia ou um vídeo. Caso não tenha, conseguem encontrar o mesmo diamante com um vídeo. É necessário conseguirem ver mesmo o seu aspeto. Por exemplo, existem imperfeições que parecem boas, quando não são”, acrescentou a gerente da empresa.

O universo online

Outra questão abordada pela representante da DiaCam360 prende-se com o comércio online, potenciado pela pandemia.

“A indústria está online agora. As pessoas aperceberam-se, especialmente durante a pandemia, de que podem fazer tudo online. Se uma empresa ou marca não estiver online, ninguém a conhece. No RapNet, por exemplo, se não houver um vídeo ou uma fotografia online, ninguém vai olhar para os seus diamantes.”

Essa visão é compartilhada por Oren Levitin, representante da Valigara, cuja grande proposta é digitalizar toda a indústria diamantífera e joalheira, através do comércio online em plataformas, como eBay, Etsy, e Amazon.

“Temos todas as informações estruturadas em volta da joalharia, como o tamanho do diamante, os quilates, modelos e variações. Temos ligações diretas com o eBay e a Amazon. Estamos a trabalhar com as principais marcas de jóias e diamantes e ajudamo-los a vender online”, referiu Levitin.

Notou que toda a indústria está em processo de mudança e que, se daqui a cinco anos uma empresa não tiver presença online, deixará de existir. “Estamos a preparar a indústria, que ainda é bastante conservadora, para realizar essa mudança.”

O representante realçou ainda: “Cada vez mais empresas entendem como o online é importante, e estamos a ajudá-las a fazer essa transição porque não é fácil começar a vender online. Não é como construir um website. É como se este fosse o primeiro passo de cem passos. Precisamos de percorrer um grande caminho.”