Mountain Province Diamonds

A Mountain Province Diamonds é uma empresa canadiana que, numa parceria conjunta com o De Beers Group, explora a mina kimberlítica de Gahcho Kué, a 280 km da cidade de Yellowknife, nos Territórios do Noroeste, no Canadá. A Mountain Province Diamonds detém 49 por cento da mina, cujo maior acionista é o multimilionário irlandês Dermot Desmond, e o De Beers Group, com 51 por cento.

História da empresa e uma importante aliança

Tudo começou em Agosto de 1992, quando a Mountain Province Diamonds adquiriu na totalidade as propriedades de minerais nas quais a mina de diamantes Gahcho Kué está situada. 

No entanto, em 2002, a empresa celebrou um acordo Joint Venture Gahcho Kué, com a De Beers e a Camphor Ventures Inc. Segundo a Mountain Province, através desse acordo, a De Beers poderia ter uma grande influência (de 55%) no projeto, ao financiar e concluir um estudo de viabilidade definitivo que se revelasse positivo. E sob o mesmo acordo, a De Beers também poderia ter tido uma participação de até 60% no projeto, caso financiasse o desenvolvimento e a construção de uma mina numa escala comercial.

O contrato original foi alterado e implementado em Julho de 2009, estabelecendo a atual composição acionária (49% pela Mountain Province Diamonds e 51% por parte da De Beers).

A equipa responsável pela gestão da empresa

O presidente, CEO e Diretor da Mountain Province Diamonds desde Novembro de 2021, é Mark Wall, que conta com mais de 25 anos de experiência na indústria de mineração, ocupando cargos executivos, comerciais, operacionais e de sustentabilidade. Foi, por exemplo, CEO da Streamers Gold Mining Corporation, uma subsidiária da Shandong Gold Mining (de Hong Kong), considerada uma das maiores empresas mineradoras de ouro por capitalização de mercado.

Desde Fevereiro de 2022 que o Diretor Financeiro da Mountain Province é Steven J. Thomas. Antes de se juntar à empresa, Thomas sempre ocupou o cargo de diretor financeiro nas várias empresas onde trabalhou: na Franchise Global Health (2021-2022), na Torex Gold Resources Inc. (2018-2020), na Goldcorp Canada (2016-2018) e na De Beers Canada Inc. (2006-2016).

No total, a Mountain Province Diamonds é gerida por seis grandes figuras, uma das quais uma mulher. April Hayward é a diretora de sustentabilidade ou Chief Sustainability Officer (CSO) da empresa. Hayward tem um Ph.D. em Ecologia e mais de 25 anos de experiência nas áreas do ambiente e sustentabilidade nos setores público, privado e académico.

O lugar de grandes coelhos e especialmente de preciosos diamantes

A mina Gahcho Kué, com aproximadamente 1200 hectares, é a principal mina que está a ser explorada e desenvolvida pela Mountain Province Diamonds. Como se situa no território de Indígenas, crê-se que o nome surgiu pois “antigamente os anciãos costumavam viajar pela terra e encontravam várias espécies de coelhos”, afirma Sarazine Basil, falante de Chipewyan (uma língua nativa), num artigo da Canadian Broadcasting Corporation.

O custo total de capital investido na mina é de aproximadamente mil milhares de dólares canadianos. A mina iniciou a sua produção no início de Agosto de 2016, foi inaugurada oficialmente em Setembro do mesmo ano e iniciou a produção comercial em Março de 2017.

A mina Gahcho Kué é uma operação a céu aberto, com três tubos de kimberlito em sequência (5034, Hearne e Tuzo) e estima-se que a mina tenha 12 anos de vida útil.

A Mina Gahcho Kué
Imagem: Mountain Province Diamonds

Um dos mais recentes diamantes brutos vendidos, proveniente da mina, foi um octaedro amarelo de 151,6 quilates com uma “clareza excecional”, no mês passado, considerado já como o maior diamante com alta qualidade de mais de 10,8 quilates oferecidos pela empresa até o momento.

Imagem: Mountain Province Diamonds

Resultados de 2022

De Março a Junho deste ano a Mountain Province Diamonds obteve uma receita no valor de 97,8 milhões de dólares canadianos, isto é, 76 milhões de dólares americanos, o que representa o segundo maior resultado de lucro em toda a história da empresa e um crescimento de 16% quando comparado com os resultados dos primeiros três meses do ano.

O lucro no valor de 97,8 milhões de dólares canadianos foi possível devido à venda de 587 000 quilates, com cada quilate a valer a 167 dólares canadianos (130 dólares americanos). Estes valores foram bastante superiores comparados com o período homólogo do ano anterior: teve um lucro de 64,7 milhões de dólares canadianos com a venda de 719 000 quilates (52,6 milhões de dólares americanos) em que cada quilate rendeu 90 dólares canadianos, equivalentes a 73 dólares americanos.

Em relação aos diamantes, foram extraídos 1 043 000 de toneladas de minério, um aumento de 2%, tendo em conta 1 019 000 toneladas extraídas nos primeiros três meses do ano e um aumento de 5% considerando as 993 000 toneladas extraídas nos meses de Março a Junho de 2021.

No total foram recuperados 1 261 000 quilates, o que em média equivale a 1,68 quilates por tonelada, levando a um aumento de 6% em comparação com os primeiros três meses do ano (1 185 156 quilates) e uma descida de 29% se se tiver em conta os resultados dos meses de Março e Junho de 2021 (foram recuperados 1 764 000 quilates, em que o preço por quilate por cada tonelada é de 2,18 dólares canadiano).

O Projeto Kennady North

O Projeto Kennady North é única e exclusivamente operado pela Mountain Province, por meio da sua subsidiária, a Kennady Diamonds Inc. O Projeto consiste na exploração de diamantes à volta da Mina Gahcho Kué (a menos de 10 km da Mina) e embora seja possível a construção de estradas no Verão, nos estágios iniciais toda a exploração principal é realizada no Inverno, durante a época de neve e nas estradas feitas de gelo. Segundo a empresa: “Os suprimentos são enviados em estradas de gelo no período mais escuro do Inverno e o trabalho de campo começa em Março, quando existe luz suficiente durante o dia. Nas noites mais claras de Inverno, as luzes do Norte são visíveis sobre os pequenos campos de exploração.”

Vários lagos cobrem a paisagem envolvente e, em particular, os lagos Kelvin e Faraday, que cobrem as partes mais altas dos kimberlitos Kelvin e Faraday, respectivamente.

Fatalidade na Mina de Gahcho Kué

No dia 1 de Setembro deste ano foi confirmada a morte de um trabalhador na Mina de Gahcho Kué. Esta foi a primeira morte de que se tem conhecimento na mina. O trabalhador era funcionário da SMS Equipment Inc., uma empresa revendedora de equipamentos pesados, ​​que vende e também presta serviços de manutenção de máquinas a empresas de construção, mineração e manutenção de estradas. 

No dia seguinte ao incidente fatal, a Mountain Province e a De Beers lamentaram, num comunicado, a morte do trabalhador, enviando condolências aos seus familiares e amigos, referindo que as circunstâncias do ocorrido estavam a ser investigadas pelas autoridades competentes. Todos os trabalhos não essenciais na mina foram suspensos e, entretanto, retomados.

Alguns dos apoios locais e iniciativas sociais

A Mountain Province revela que 75% dos bens e serviços usados na Mina Gahcho Kué em 2020 foram adquiridos a empresas sediadas nos Territórios do Noroeste, e menciona que 85 milhões de dólares americanos foram usados em compras a empresas de propriedade indígena. Já relativamente ao Projeto Kennady North, aproximadamente 60% dos bens e serviços foram comprados a empresas do Norte nos últimos dois anos.

A empresa refere ainda que 748 000 dólares americanos serviram para contribuir diretamente para as comunidades locais, apoiando a cultura e o património, o desenvolvimento comunitário, a educação e programas de saúde no ano de 2020.

Os programas beneficiários foram selecionados em colaboração com as comunidades locais e a Mountain Province admite reconhecer a diversidade das comunidades com as quais compartilha a terra. Por exemplo, apoia programas de bolsas de estudo para mulheres e Indígenas que vivem em lugares mais próximos da Mina de Gahcho Kué. Ao todo, no ano de 2021, com a Mina de Gahcho Kué foi possível alocar recursos (mais concretamente 672 000 dólares canadianos) ao serviço das comunidades locais dos Territórios do Noroeste.

Um outro objetivo é o de garantir a diversidade e inclusão social na mina, segundo a Mountain Province Diamonds, que afirma entender o valor de incluir diversas vozes no trabalho, empregando trabalhadores que reflitam as comunidades em que operam, especialmente vozes de grupos normalmente sub-representados, tais como mulheres, pessoas com algum tipo de deficiência e membros da comunidade LGBTQ+.

Ainda relativamente à contratação de diferentes pessoas, a Mountain Province refere que dezoito comunidades diferentes dos Territórios do Norte estão representadas entre os funcionários da Gahcho Kué e cerca de 28% dos seus trabalhadores do Norte vêm de comunidades indígenas locais.

Redação

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