A nova proposta do Natural Diamond Council pretende elucidar os consumidores sobre as informações que têm sido partilhadas relativamente aos diamantes naturais e aos criados em laboratório.
A entidade que promove os diamantes naturais e a transparência na indústria lançou um relatório no qual analisa os mitos e equívocos mais comuns disseminados na indústria de diamantes.
“Numa época em que os consumidores estão mais curiosos e esclarecidos do que nunca, eles desejam conhecer os valores e as práticas comerciais responsáveis das empresas e do setor mais amplo do qual estão a comprar bens”, comentou David Kellie, CEO do NDC.
O relatório, intitulado Diamond Facts: Addressing myths and misconceptions about the diamond industry, serve de apoio a todos os intervenientes da indústria, mas tem como principal foco alcançar os consumidores finais.
Apresenta onze principais factos sobre os diamantes, todos com as respetivas respostas e de forma esclarecedora.
“No Natural Diamond Council queremos apoiar os consumidores na tomada de decisões informadas, ao fornecer informações de forma transparente”, acrescentou o CEO.
Apresentam-se, em seguida, alguns dos factos abordados no relatório.
Para o primeiro facto e pergunta, “Um diamante criado em laboratório pode ser detectado a partir de um diamante natural?”, a resposta dada é: todos os diamantes criados em laboratório podem ser detectados através de instrumentos de verificação profissionais.

Imagem: sykessler.com
Além disso, como são produzidos em massa em poucas semanas, enquanto os naturais levam biliões de anos a serem formados sob a superfície da Terra, os diamantes de laboratório exibem caraterísticas específicas devido ao seu fabrico.
No segundo facto surge a questão de os diamantes naturais serem obtidos de forma ética. A resposta dada pelo NDC destaca que o Processo Kimberley regula o comércio de diamantes brutos de forma a garantir que não tenham origem em regiões em conflito.
Existem ainda outras organizações, como o Responsible Jewellery Council (RJC), que garantem que os diamantes são obtidos de forma responsável através de certificações auditadas por terceiros.
Outro facto apresentado prende-se com a questão da sustentabilidade no fabrico de diamantes de laboratório.
A resposta para esse facto, e ela própria um facto curioso, é que o processo de fabrico de diamantes nos laboratórios pode exigir temperaturas semelhantes a 20 por cento daquela que existe na superfície do Sol.
Como mais de 60 por cento dos diamantes de laboratório são produzidos em massa na China e na Índia, onde 63 e 74 por cento, respetivamente, da eletricidade vem do carvão, o NDC salienta que “não é possível fazer uma alegação verde simplista”.
Outro aspeto referido no relatório assenta sobre a raridade dos diamantes naturais. A entidade confirma que os diamantes são inerentemente raros, uma vez que a sua recuperação global atingiu o pico em 2005 e diminuiu mais de 30 por cento nos últimos 16 anos.
Os diamantes naturais são bastante cobiçados pois o seu processo de formação levou milhões ou até milhares de milhões de anos a ser concluído e ocorreu somente em zonas bastante particulares do planeta.
Sabe-se que a recuperação anual de diamantes de um quilate pode preencher uma única bola de ginástica, enquanto a de pedras de cinco quilates iriam caber numa bola de basquetebol.

Outra pergunta apresentada no relatório é “De que forma a indústria de diamantes naturais reduz a sua pegada de carbono e protege a biodiversidade?”.
O NDC realça que os diamantes ajudam a proteger a biodiversidade numa área equivalente à cidade de Nova Iorque, Chicago, Washington D.C. e Las Vegas juntas, que é quase quatro vezes a área usada pelas empresas-membros do conselho para a recuperação de diamantes naturais a nível global.
A indústria de diamantes naturais começou a sua jornada de descarbonização tendo em conta as metas climáticas globais.
A entidade dá o exemplo da De Beers, que está empenhada em se tornar neutra em carbono até 2030, e da Rio Tinto, que pretende alcançar zero emissões de carbono até 2050.

Outro facto destacado diz respeito ao papel dos diamantes naturais para as pessoas dos países de onde são originários. A indústria de diamantes naturais sustenta cerca de dez milhões de pessoas em todo o mundo.
Até 80 por cento do valor do diamante bruto pode permanecer com as comunidades locais devido a compras, benefícios de emprego, programas sociais, investimento em infraestruturas, impostos e royalties pagos pela indústria aos respetivos governos.
Uma das organizações cuja missão é apoiar programas que desenvolvam e capacitem as pessoas das comunidades de diamantes naturais é a Diamonds Do Good (DDG). Para a organização, os diamantes têm na realidade um quinto C, que representa a comunidade.


Imagens: Diamonds Do Good
O Natural Diamond Council inclui no relatório um tópico recorrente na indústria: a tecnologia de rastreabilidade.
Vários diamantes naturais já são rastreáveis e a indústria está cada vez mais a apostar em iniciativas de rastreabilidade, ao implementar tecnologias como a blockchain, para garantir a transparência nas suas cadeias de fornecimento.
Toda a jornada de um diamante, desde a mina ao mercado, é possível de ser conhecida pelos participantes da indústria, o que inclusive contribui para a certificação de que os diamantes são obtidos de forma ética.

Fontes: Natural Diamond Council, PR Newswire, De Beers Group, Diamonds Do Good