A Agência de Desenvolvimento das Terras Altas do Lesoto (LHDA), uma agência que gerencia o LHWP, afirmou que as atividades de exploração na mina Letšeng, na mina Kao e na Liqhobong estão a poluir as principais fontes de água nas áreas de captação do projeto.
Todas as minas pertencem ao Reino do Lesoto em parceria com empresas da área: a Letšeng pertence também à Gem Diamonds; a Namakwa Diamonds Limited detém uma parte da Kao, também conhecida como Storm Mountain Diamonds; e a Firestone Diamonds explora a Liqhobong.
O relatório ‘Lesotho’s Dangerous Water Gamble’, feito pela jornalista Pascalinah Kabi, salienta o facto de que as proprietárias das minas continuam a poluir as fontes de água essenciais para o projeto com nitrato, mesmo após terem afirmado que não o fariam.
As três minas publicaram comunicados em relação às acusações feitas no relatório do centro.
Os representantes da Letšeng disseram: “A avaliação independente mais recente da qualidade da água realizada por um laboratório credenciado confirmou que os níveis de nitrato nas fontes de água de superfície de Khubelu, nas comunidades a jusante de Patising e Maloraneng, estiveram consistentemente dentro dos padrões de água potável.”
“Os níveis de nitrato medidos nos locais de amostragem estão em grande parte abaixo do limite exigido. A SMD usa explosivos à base de nitrato de amónio no poço para explosões. Os nitratos, portanto, se acumulam com o tempo e estão em excesso nas proximidades da mina”, declarou o CEO da Storm Mountain Diamonds, Mohale Ralikariki, numa entrevista ao Centro MNN.
De acordo com o relatório, no website da mina Liqhobong é afirmado que são realizados “testes regulares em relação à poluição da água, do ar e do ruído para garantir que todos os distúrbios estejam dentro dos limites aceitáveis. Quaisquer desvios são identificados e ações corretivas são tomadas imediatamente”.
A jornalista frisa ainda que os royalties que o Lesoto recebe da África do Sul pela água que fornece ao país superam bastante a sua receita anual tendo em conta os diamantes.
Desses royalties, o Lesoto normalmente recebe mais de 1,1 mil milhões de maloti, cerca de 60 milhões de euros, anualmente, o que equivale a 5% do orçamento nacional.
Fontes: IDEX Online
MNN Centre for Investigative Journalism