Imagem: Storm Mountain Diamonds
No distrito de Butha Buthe, no Reino do Lesoto, existe uma mina cujo tubo de kimberlito de 19,8 hectares produz diamantes famosos pelos seus tons rosa.
No seu depósito existem diamantes de cores raras (fancy colored) que variam do roxo, rosa, castanho-claro, azul e amarelo, mas, até à data, a mina Kao deve a sua glória, principalmente, aos diamantes rosa.
De pinturas corporais a fonte de riqueza
A história da mina Kao começa ainda antes da década de 1950, pois os kimberlitos Kao eram conhecidos pelos povos locais como uma fonte de sekama (ilmenita para decoração corporal, ou seja, um mineral com óxido de ferro e titânio que pode ser usado na produção de pigmentos). O coronel Jack Scott e a sua equipa de exploração confirmaram, pela primeira vez, em 1955, que o Main Pipe (tubo principal) era kimberlítico e uma fonte de diamantes.
Em 1957, o Satellite Pipe foi descoberto por dois geólogos envolvidos em muitas das descobertas iniciais de kimberlito no Lesoto e o Coronel Scott conseguiu recuperar cerca de 17 567 quilates do Main Pipe naquele ano. O Kao Main Pipe foi declarado, em 1968, uma escavação aberta a escavadores locais autorizados.
Essas atividades consideradas artesanais continuaram até o final de 1971, quando a Maluti Diamond Corporation recomeçou a exploração e avaliação formal da mina por vários anos. Após várias tentativas para aproveitar o que o Kao Main Pipe tinha de melhor, a Storm Mountain Diamonds (Pty) Ltd, após dois anos de testes, entre 2010 e 2011, iniciou a produção que continuou e cresceu até os dias atuais como uma operação de mineração de diamantes, com potencial de ser explorado ainda durante 18 anos.
A operadora da mina Kao
A Storm Mountain Diamonds é propriedade da Namakwa Diamonds Ltd (75%) e do Reino do Lesoto (25%). Neste momento, detém o Contrato de Arrendamento Mineiro para os kimberlitos Kao, que é um direito renovável e válido até Dezembro de 2025. Com o apoio financeiro e suporte técnico da Namakwa Diamonds Ltd, a empresa impulsionou a expansão do Kao Main Pipe de cerca de 250 milhares de toneladas por mês, em 2012, para aproximadamente 400 milhares de toneladas por mês, a partir de Janeiro de 2017.
A companhia afirma que conseguiu aumentar a sua capacidade de processamento em 40%, nos últimos cinco anos, e continuará a procurar oportunidades de expansão.
O Conselho Administrativo da empresa é formado por seis figuras principais, sendo o Presidente e CEO, Robert Cowley, e a equipa de liderança por dez pessoas (o gerente metalúrgico será nomeado em breve), com Mohale Ralikariki como Diretor Executivo Corporativo.
Robert Cowley entrou na Namakwa Diamonds em Agosto de 2013 e tem mais de 18 anos de experiência na indústria mineira. É contabilista e esteve anteriormente na Harmony Gold sete anos. Foi ainda consultor de negócios para a Indústria de Mineração também durante sete anos. Antes da sua nomeação como Diretor Executivo do Grupo, era Cowley que geria as questões financeiras e de risco da Namakwa Diamonds, enquanto Diretor Financeiro.
Mohale Ralikariki juntou-se à Storm Mountain Diamonds em Abril de 2016, trazendo consigo mais de 10 anos de experiência e sempre relacionado com a área da mineração no Lesoto. Ralikariki é um antigo Engenheiro Principal de Minas, Comissário de Minas no Governo do Lesoto e já esteve associado ao Esquema de Certificação do Processo Kimberley no país. Além disso, é atualmente o Presidente da Câmara de Minas do Lesoto.
Uma mina com pedras especiais
Como é referido no website da Storm Mountain Diamonds, a mina Kao é semelhante a muitas minas de grande valor, como a mina Letšeng da Gem Diamonds e os Projetos Mothae e Lulo da Lucapa, em que o número de pedras especiais contribui bastante para o fluxo positivo de receita da mina.
A contribuição média da receita dessas pedras únicas e especiais é de cerca de 40%, valor considerado alto em comparação com a média das minas de diamantes a nível internacional.
Na mina existe uma grande “população” de diamantes Tipo IIa, muitos de mais de 5 quilates e pedras brancas Tipo IIa de tamanho maior. Dentro deste conjunto de diamantes Tipo IIa estão os diamantes brancos, castanhos e rosa.
Além da famosa e extinta mina Argyle, poucas são as minas no mundo que produzem diamantes cor-de-rosa de grande importância. A mina Kao, no entanto, produz com frequência diamantes rosa e rosa-púrpura de vários tamanhos, um fenómeno bastante raro. Dentro deste conjunto de diamantes Tipo II, a Kao também produz diamantes azuis ultra-raros Tipo IIb, em que o maior foi de 112,96 quilates, recuperado em 2014 e vendido por 4,2 milhões de dólares americanos.
O maior diamante alguma vez encontrado na Kao foi um diamante de 168,87 quilates, em Setembro de 2018, que após um processo de acidificação em ebulição, realizado na Elmyr Services BVBA, em Antuérpia, o diamante passou a ter 168,49 quilates.
Alguns dos mais notáveis diamantes rosa e rosa-púrpura descobertos, que ficarão para sempre na história da mina, são: em 2017, o Purple Princess de 3,06 quilates e vendido por 727 898 dólares americanos; em 2018, o Rose of Kao de 29,59 quilates; em 2020, o Pink Dawn de 25,97 quilates; em 2021, o Pink Palesa de 21,86 quilates; e este ano, o maior de todos, o Pink Eternity de 47,81 quilates.
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