Imagem: Disporabudpar
Situada na cidade de Banjarbaru, na província indonésia de Kalimantan do Sul, na ilha de Bornéu, é visitada todos os dias por vários mineiros que continuam a se deslocar à mina, pois veem nela uma oportunidade de encontrar um diamante que os poderá tornar ricos.
A exploração de diamantes na mina indonésia depende somente de técnicas tradicionais e rudimentares e é também bastante perigosa, pois já foram reportadas várias mortes que ocorreram após deslizamentos de terra.
Diamantes de qualidade na região
A ilha de Bornéu é uma das fontes de diamantes mais antigas e menos referidas, de acordo com um artigo dos autores L. K. Spencer, S. David Dikinis, Peter C. Keller e Robert E. Kane, publicado em 1988 no jornal científico Gems & Gemology, do GIA.
Explicaram que no ano de 600, os Hindus foram provavelmente os primeiros a descobrir diamantes na região e que a primeira referência escrita oficial de exploração de diamantes no Bornéu foi feita por Duarte Barbosa, um explorador e escritor português, em 1518.
Os quatro autores salientaram ainda que os diamantes que foram encontrados em vários depósitos aluvionares espalhados a Sul e no centro da ilha eram de gem quality, ou seja, de qualidade excecional.
Em 2008 a Gem Diamonds, uma antiga proprietária da mina, informou num comunicado que a “Cempaka continuou a produzir preciosos diamantes, com 22 000 quilates vendidos durante o período” (os primeiros seis meses desse ano).
A empresa frisou que a produção traduziu-se “numa média de 305 dólares americanos por quilate, o que representou um aumento de 40% quando comparado com os preços do período homólogo”.
Proprietários nacionais e estrangeiros da mina
Apesar de ter trabalhadores independentes, a Cempaka já teve alguns proprietários.
Aqueles que podem ser considerados os primeiros donos são os holandeses, que nos anos 30 começaram a explorar a mina e a tentar encontrar a fonte dos diamantes da mina aluvionar.
No entanto, em 1949, a Indonésia tornou-se independente dos Países Baixos e sabe-se que nos anos 70, a P. T. Aneka Tambang, uma empresa mineradora indonésia, que na época ainda pertencia ao Estado, começou a explorar a mina Cempaka.
A partir de 2005, a Cempaka passou a pertencer à BDI Mining, posteriormente adquirida pela empresa com sede na Grã-Bretanha Gem Diamonds.
Agora, de acordo com o Channel NewsAsia (CNA), a empresa PT Galuh Cempaka está encarregada de explorar a mina.
Descoberta de um notável diamante
A mina Cempaka já foi palco de algumas importantes descobertas que mereceram atenção mundial.
No entanto, uma das maiores descobertas até hoje foi a de um diamante de 166,85 quilates, em Agosto de 1965, o Tri Sakti, com quase o tamanho de um ovo de pombo, como fazem questão de salientar os habitantes locais.
A pedra preciosa recém-encontrada foi levada para Jacarta ao primeiro presidente do país e ao governo, que prometeram dar uma recompensa aos mineiros que a descobriram.
O CNA explicou que passaram a ter fundos para realizar a haje, ou seja, a peregrinação realizada à cidade de Meca pelos muçulmanos adultos, e um dos pilares da religião predominante no país, e o governo ajudaria os seus descendentes.
Os quatro autores do jornal do GIA referiram que o Tri Sakti foi lapidado e transformado num diamante de 50,53 quilates e em forma de esmeralda.
De local de perigo a espaço de turismo
Os mineiros recebem em média cerca de 66 dólares americanos por mês (de acordo com o Channel NewsAsia), que nem chegam para suprir as suas necessidades mais básicas e as das suas famílias.
Os mineiros trabalham em condições precárias, colocando uma ferramenta em forma de cone, chamada lingnggang, e feita de madeira debaixo da água para peneirar e encontrar os diamantes. Além disso, é frequente acontecerem no local deslizamentos de terra, muitas vezes fatais.
O CNA noticiou que pelo menos três pessoas morreram em dois deslizamentos de terra em Julho do ano passado e cinco mineiros morreram em Abril de 2019, após terem ficado soterrados numa ocorrência semelhante.
A juntar-se a esses cenários está o facto de a mina estar a produzir cada vez menos diamantes.
Ahmad Yani, chefe da agência de turismo de Banjarbaru, declarou ao CNA que estão a ser discutidos planos de conversão do local num educacional até o próximo ano, “para que os turistas aprendam sobre a mineração tradicional e a história da mina”.
Todavia, os mineiros não ficariam sem fonte de rendimento, uma vez que seriam os guias e iriam mostrar aos turistas os principais métodos e processos de mineração tradicional.
Ahmad Yani acrescentou ainda que espera que a conversão beneficie o governo local a nível económico.
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