Las Vegas Jewelry Week: um espelho de tendências

Na Las Vegas Jewelry Week deste ano as tendências procuradas pelos retalhistas nos anos anteriores mantém-se devido à maior cautela por parte dos clientes, consequente da inflação que se vive nos Estados Unidos e na Europa.

Relativamente aos anéis de noivado, com um consumo em crescimento devido ao fim da pandemia, existem pormenores que têm sido relevantes, tendo em conta o seguimento do mercado. Procuram-se peças que saiam do tradicional, nomeadamente para se atrair a geração Z.

Desta forma, as noivas preferem um anel com uma pedra preciosa no centro e os noivos estão a optar por alianças trabalhadas e personalizadas, que fujam do comum.

Notou-se o aumento da procura de pedras soltas para projetos feitos à medida dos desejos dos clientes, sendo que em termos de cor as esmeraldas e safiras estão entre as mais desejadas devido à extensa procura da cor verde no mercado.

Todavia, um clássico que não sai de moda são os diamantes, mas com preços mais atrativos e produzidos de forma ética e sustentável.

A questão dos preços marcou o evento, há alguma contenção para ir ao encontro da procura do mercado.

A inflação vivida dos Estados Unidos, e na Europa, não afasta os compradores das jóias, mas torna-os mais cautelosos na hora de escolher a jóia e o preço é um factor a ter em conta, uma vez que procuram produtos mais baratos.

Para Camille Zarsky, da The Seven em Nova Iorque, o foco está em “peças de joalharia realmente divertidas e especiais, únicas e que se enquadrem numa faixa de preço até 10 000 dólares norte-americanos”.

“Temos de reconhecer que o consumidor não está hesitante, mas um pouco mais consciente agora. Acredito que é preciso adaptarmo-nos a isso como retalhistas, mas ainda assim oferecer às pessoas uma peça especial sem as fazer sentir que isso são sacrifícios ou concessões”, afirmou Camille Zarsky.

Mas há quem se esforce mais ainda para dar aos consumidores jóias de luxo, mas que rondem apenas os 200 a 800 dólares norte-americanos, como é o caso de Chae Carter, proprietária da Carter’s Collective.

Os diamantes estão cada vez mais incorporados em peças do quotidiano, deixando para trás a sensação de que são apenas para ocasiões especiais.

Anne Russel, vice-Presidente executiva da Hamilton Jewelers, encara este desafio e procura formas versáteis e elegantes de se incorporarem estas pedras de luxo no dia-a-dia em pulseiras e colares.

Outro item que tem marcado o mercado de jóias são os acessórios, nomeadamente pendentes, espirituais ou com os signos do zodíaco, que transmitem uma sensação de paz e conforto a quem os utiliza.

Uma categoria que tem tido êxito são as jóias sem género, que realçam cada vez mais a sociedade sem tabus que se tem tentado construir.

Por sua vez, as jóias masculinas também têm ganho destaque devido ao aumento da procura, nomeadamente em correntes.

Neste evento, os retalhistas vêm conhecer as novas tendências e adaptá-las à sua visão, mas também contactar diretamente com os designers e expandir horizontes.

Fonte: JCK Online