Junho marcado pela queda dos preços dos diamantes

Os preços dos diamantes brutos e polidos continuaram em queda durante o mês de Junho, devido ao baixo consumo e contenção causados pela recessão económica e instabilidade do mercado.

A De Beers foi uma das empresas que registou uma queda bastante acentuada, de quase um terço, no volume de vendas de diamantes brutos em Junho. Essa quebra está associada aos impasses das negociações com o Governo do Botsuana.

Com o mercado em recessão, particularmente nos Estados Unidos, os joalheiros evitaram compras de grandes stocks, baseando-se apenas no número de encomendas, assim como os fabricantes na Índia diminuíram a produção de diamantes polidos (uma queda de 19% comparando com o período homólogo de 2022), uma resposta às margens de lucro mais reduzidas.

Os diamantes produzidos em laboratório foram outro factor que complicou a indústria diamantífera, uma vez que as pedras de maiores dimensões e a sua concorrência no mercado de anéis de noivado se tornou um desafio para os diamantes naturais no mês de Junho. O lançamento da De Beers, através da sua marca Lightbox, de anéis de noivado com diamantes sintéticos conferiu a este sector uma credibilidade adicional.

Outro destaque neste tema foi a oferta de um diamante de laboratório de 7,5 quilates do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, à primeira-dama dos EUA, Jill Biden.

O mercado chinês continuou a abrandar e a desvalorização do Yuan afectou a economia e o consumo interno.

O RapNet Diamond Index (RAPI™) para diamantes polidos de 1 quilate caiu 2,4% em Junho, noticiou o Rapaport. O RAPI também caiu em outros tamanhos e continuou a tendência de baixa durante os primeiros quatro dias de Julho. Os preços dos diamantes de melhor qualidade, de 0,50 e 1 quilate, diminuíram mais de 23% em relação ao ano anterior.

Segundo o Rapaport, a procura de diamantes em bruto acima de 0,75 quilates foi fraca e o foco foi em gemas de dimensões inferiores.

A Petra Diamonds e a Trans Atlantic Gem Sales (TAGS) cancelaram os seus concursos de Junho devido às condições do mercado.

Todavia, em Junho nem tudo foi negativo uma vez que a inflação nos EUA caiu para 4% em Maio e a Reserva Federal decidiu suspender a subida das taxas de juro em Junho.

Os mercados financeiros estão à espera para perceber se a Reserva Federal retoma os aumentos das taxas de juro na sua próxima reunião de 25 e 26 de Julho.

Fontes: Idex Online e Rapaport