Um dos diamantes mais famosos de sempre possui um passado envolto em mistério, desde a sua origem incerta a alguns desaparecimentos. O Idol’s Eye também ficou conhecido por ter feito parte de coleções de vários proprietários influentes.
Até hoje não se sabe ao certo a origem do diamante azul-claro de 70,20 quilates e clareza VVS1, porém tudo indica que deva ter sido encontrado no século XVII, na região de Golconda, na Índia, agora parte do estado indiano de Hyderabad, conhecida por produzir alguns dos diamantes mais requintados de sempre, como o diamante Hope.
O seu nome parece remeter ao facto de já ter sido parte de uma estátua de um ídolo num templo, no entanto não há nenhuma prova oficial de que tal tenha acontecido.
Acredita-se que a pedra tenha pertencido à coleção de um príncipe persa chamado Rehab em 1607. Foi nessa altura que a pedra desapareceu por quase trezentos anos, abrindo espaço para várias teorias acerca do seu paradeiro, sem nenhuma ter sido confirmada.
O Idol’s Eye ressurgiu no dia 14 de Julho de 1865, pois foi leiloado nesse dia pela Christie’s em Londres e vendido a um comprador identificado apenas como “BB”.

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Abdul Hamide II, o 34.º sultão do Império Otomano, foi posteriormente identificado como o possível proprietário do diamante leiloado pela Christie’s. Devido aos seus inúmeros atos violentos e atrocidades, ficou conhecido no Ocidente como o “Sultão Vermelho”.
O sultão foi deposto em 1909 e, coincidentemente, nesse mesmo ano, a 24 de Junho, o Idol’s Eye reaparece num leilão realizado em Paris pelo comerciante Salomon Habib, e é vendido a uma família nobre espanhola.
O diamante só voltou a chamar a atenção do público no final dos anos 40, quando Harry Winston compra o Idol’s Eye a um comerciante holandês, não se sabendo de que forma este obteve a pedra.
O mais novo proprietário decidiu assim tornar o diamante no elemento central de um colar composto por 41 diamantes com lapidação brilhante, de 22,50 quilates no total, e 45 diamantes com lapidação baguete de aproximadamente 12 quilates.

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No entanto, em 1947, o Idol’s Eye foi vendido a May Bonfils Stanton, filha de Frederick Gilmer Bonfils, editor e co-fundador do jornal Denver Post.
Stanton, que vivia isolada na sua mansão em Versalhes, era conhecida por colecionar jóias raras ao longo da sua vida. Existem inclusivamente rumores de que May Bonfils Stanton gostava de usar o Idol’s Eye todos os dias durante o pequeno-almoço.
Quinze anos após a sua compra por Stanton, por ocasião da sua morte, o diamante volta a ser leiloado, desta vez pela Parke-Bernet Galleries, em Nova Iorque, e foi adquirido pelo joalheiro Harry Levinson.

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O joalheiro, nascido em Chicago e dono da Levinson’s Jewelers, emprestou o diamante à De Beers em 1967 para o seu Diamond Pavilion em Joanesburgo, na África do Sul.
Levinson tentou vender o diamante num leilão de Nova Iorque em 1973, mas decidiu retirá-lo da venda após não atingir a sua reserva de 1,1 milhões de dólares. O Idol’s Eye foi mais tarde vendido a Laurence Graff, em 1979.
O diamante regressou à Harry Winston e foi vendido em Janeiro de 1983 e depois adquirido, em 2001, por Robert Mouawad, chefe de terceira geração da retalhista de jóias Mouawad.
O Idol’s Eye foi finalmente comprado pela Fundação Al Thani, em 2014, e desde então pertence à família real do Catar, que no início deste ano entrou numa disputa, que envolveu uma ação judicial, em relação à sua venda.
Fontes: GIA, Lang Antiques, Wikipédia, Graff, metmuseum.org