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A Anglo American está listada primariamente na Bolsa de Valores de Londres tem uma listagem secundária na Bolsa de Valores de Joanesburgo. Na Forbes Golbal 2000, de 2020, a Anglo American foi classificada como a 274ª maior empresa pública do mundo.
Fundação e estabelecimento da ACC
Sir Ernest Oppenheimer, um judeu imigrante alemão, fundou a Anglo American Corporation (AAC) em 1917, em Joanesburgo, África do Sul. Com o apoio financeiro do banco americano JP Morgan & Co., surge na altura a empresa de mineração de ouro e a AAC tornou-se a acionista maioritária da empresa De Beers em 1926, uma empresa anteriormente controlada por Alfred Beit, também um imigrante judeu alemão.
Durante o ano de 1945, a AAC entrou na indústria do carvão adquirindo a Coal Estates e doze anos depois, Sir Ernest morreu em Joanesburgo. Como chefe da empresa sucede-lhe o seu filho Harry, que também se tornou presidente da De Beers.
No final dos anos 1940 e 1950, a AAC concentrou-se no desenvolvimento das minas de ouro do Estado Livre, que representava sete grandes minas, e da mina Vaal Reefs.
Em 1961, a AAC expandiu-se pela primeira vez para fora da África Austral e tornou-se um grande investidor na Hudson Bay Mining and Smelting Company, no Canadá. Em 1967, a empresa ingressou no setor siderúrgico ao adquirir a Scaw Metals.
De 1967 a 1975, continuou a crescer e estabeleceu uma série de empreendimentos, incluindo o Grupo Mondi (madeira, celulose e papel), Amgold, que mais tarde se viria a chamar AngloGold Ashanti e por fim, a Amcoal, que surgiu através da consolidação de várias operações de mineração na África do Sul e mais tarde mudaria de nome para Anglo Coal e em 2010 mudou para Anglo Thermal.
Em 1982, Harry Oppenheimer, aposentou-se como presidente da AAC e sucedeu-lhe Gavin Relly. Dois anos depois, Oppenheimer aposentou-se também da presidência da De Beers e passou a presidência para Julian Ogilvie Thompson , que em 1990 também se tornou presidente e chefe-executivo da AAC.
Surge a Anglo American PLC
Em 24 de maio de 1999, a Anglo American Corporation fundiu-se com a Minorco, empresa com sede no Luxemburgo, para formar a Anglo American Plc. Esta empresa, que surge da fusão de duas empresas, lista-se como primária na Bolsa de Valores de Londres e como secundária na Bolsa de Valores de Joanesburgo. As suas operações de mineração de ouro foram desmembradas na corporação AngloGold, que em 2004 se fundiu com a Ashanti Goldfields Corporation para formar a AngloGold Ashanti. A Anglo American reduziu a sua participação na AngloGold Ashanti para 16,6% em 2008.
Em 2000, Julian Ogilvie Thompson aposentou-se como chefe-executivo da Anglo American e Tony Trahar sucedeu-lhe no cargo. Ogilvie Thompson também se aposentou como presidente em 2002 e foi substituído por Sir Mark Moody-Stuart. No mesmo ano, a Anglo American adquiriu a Tarmac, fornecedora de materiais de construção, e também os ativos de carvão australianos da Shell Petroleum Company. Em 2001, a De Beers foi privatizada, depois de ser uma empresa cotada por mais de 70 anos.
Em 2002, a Carta de Mineração da África do Sul foi aprovada e a Anglo American e outras empresas de mineração com operações no país foram obrigadas a transferir uma percentagem dos lucros resultantes da sua produção sul-africana, para sul-africanos historicamente desfavorecidos.
De 2002 a julho de 2008, a Anglo American realizou transações de empoderamento económico de comunidades negras (em todos os negócios com operações na África do Sul). Além disso, em 2002, a Anglo Base Metals adquiriu as operações de cobre no Chile, da ExxonMobil e abriu um escritório de representação em Pequim, China. Em 2003, a Anglo American adquiriu uma participação maioritária na produtora de minério de ferro, Kumba Resources.
Uma mulher num meio de homens
A 24 de Outubro de 2006, Cynthia Carroll é contratada pela Anglo American e ingressa no conselho administrativo da empresa em Janeiro de 2007. Presidiu o Comité Executivo da Anglo American e fez parte do Comité de Segurança e Desenvolvimento Sustentável. Foi uma das três únicas mulheres executivas das empresas FTSE 100 e a primeira não sul-africana a ocupar um cargo de chefia na Anglo American.
Em 2007, Cynthia Carroll sucedeu Tony Trahar, tornando-se a primeira mulher não sul-africana e primeira chefe-executiva da Anglo American.
Em 2008, ela foi classificada pela revista Forbes como a quinta mulher mais poderosa do mundo, ocupando o quarto lugar em 2009 e sétimo em 2007, pela mesma lista.
A Anglo American anunciou a 26 de Outubro de 2012, que Carroll deixaria o cargo de chefe-executiva.
Reestruturação
O Mondi Group, um negócio de papel e embalagens pertencente à AA PLC, foi desmembrado em 2007. Durante os próximos dois anos, a Anglo American abriu um escritório de representação em Nova Deli, Índia, adquiriu o controlo da empresa de cobre, Michiquillay, projeto no norte do Peru e os projetos de minério de ferro MMX Minas-Rio e Amapá no Brasil, e posteriormente adquiriu participações no projeto de cobre Pebble, no Alasca.
A Anglo American foi acusada em 2007 de práticas ambientais prejudiciais, para concluir os planeamentos da sua mina de seixos do Alasca em colaboração com a Northern Dynasty Minerals, a empresa considerou construir uma enorme barragem nas cabeceiras da maior pescaria de salmão vermelho do mundo, situação que arriscava tirar a fonte principal de alimento daquela comunidade. Os defensores do ambiente também apontaram para o uso de cianeto, metais pesados e drenagem ácida de minas, por parte desta empresa, que podem ter efeitos potencialmente devastadores no meio ambiente da Baía de Bristol.
Os opositores à construção da Mina de Pebble, criaram uma medida para impor padrões adicionais de qualidade da água em novas minas de grande escala no estado, no entanto, em Agosto de 2007, os alasquianos votaram contra a iniciativa. Em Setembro de 2008, a Pebble Limited Partnership ainda não tinha apresentado uma proposta de projeto e estava a trabalhar para preparar um estudo de pré-viabilidade para o projeto no segundo semestre de 2009. A proposta da mina ainda precisava de passar por uma avaliação ambiental de estudos e o processo de licenciamento, inclusive estando aquela baía sujeita a proteções hídricas estaduais e federais. Em Dezembro de 2013, a Anglo American retirou-se da Pebble Limited Partnership.
Vender peça à peça
No início de Novembro de 2011, a Anglo American entrou em negociações com a família Oppenheimer para adquirir as ações restantes que esta tinha da De Beers, negócio que viu a Anglo American adquirir uma participação adicional de 40%, por 5,1 mil milhões de dólares americanos, aumentando a sua participação geral na empresa de mineração sul-africana para 85%. Isso aconteceu durante um momento de aumento das greves trabalhistas e atenção internacional ao envolvimento de Oppenheimer em diamantes de conflito.
A Anglo American, nessa altura, vendeu uma participação de 24,5% na sua unidade de cobre chilena, Anglo American Sur, para a japonesa Mitsubishi Corporation por 5,39 mil milhões e com este acordo, a Anglo American foi avaliada em 22 mil milhões.
Em Novembro de 2012, a Anglo American concluiu a venda da siderúrgica, Scaw South Africa e as empresas sucursais, por um total de 3,4 mil milhões.
Em Julho de 2014, a Anglo American disse que considerava vender a sua participação de 50% na Lafarge Tarmac , uma joint venture de materiais de construção, para a fabricante de cimento Lafarge SA, por um valor a rondar os 1,5 mil milhões. Essa venda foi posteriormente concluída em Julho de 2015, por 1,6 mil milhões. Em outubro de 2014, o projeto de minério de ferro Minas-Rio, da Anglo American no Brasil, começou a operar.
Em Julho de 2015, a Anglo American anunciou que cortaria 53.000 empregos (35% da sua força de trabalho) e que, no primeiro semestre de 2015, teve um prejuízo financeiro de 3 mil milhões. Em Dezembro de 2015, a empresa anunciou que, como parte de uma reestruturação, cortaria mais 85.000 empregos de mineração, quase dois terços da sua força de trabalho de 135.000, em todo o mundo.
Nesse ano, também anunciou a consolidação de seis das suas divisões em três negócios, enquanto os pagamentos de dividendos aos investidores também foram suspensos por um ano. A empresa colocou as suas minas de carvão Dawson, Foxleigh e Callide em Central Queensland, bem como a mina de carvão Dartbrook, à venda, quando as suas ações caíram para uma baixa recorde na Bolsa de Valores de Londres, caindo mais de 12%.
Em março de 2017, o industrial indiano-britânico, Anil Agarwal, comprou 11% e em Setembro, aumentou a participação para 20%. Em Abril de 2017, a empresa vendeu as suas operações de carvão térmico, vinculadas à Eskom na África do Sul, por 166 milhões de dólares.
Em Outubro de 2019, a Anglo American anunciou uma parceria com a empresa francesa de energia, Engie, para desenvolver o maior camião de transporte de minas movido a hidrogênio do mundo, com testes previstos para começar em 2020.
Em Janeiro de 2020, a Anglo American fez uma oferta para comprar um projeto de fertilizante de halita, em North Yorkshire, Inglaterra, da Sirius Minerals por 400 milhões. Ao salvar o projeto com problemas financeiros, a Anglo American gastou cerca de 230 milhões na construção que finalizou em 2022.
Em abril de 2021, a Anglo American anunciou que a empresa, Thungela Resources, passaria a possuir uma série de ativos significativos de carvão térmico na África do Sul, a fim de eliminar o risco de passivos de limpeza.
Uma nova era sustentável
Em maio de 2022, a Anglo American apresentou o maior camião de transporte de minas, movido a hidrogênio, do mundo, na mina Mogalakwena PGM, no nordeste da África do Sul. O projeto, que deve ser totalmente implementado até 2026, é o primeiro passo para tornar oito das minas da empresa neutras em carbono até 2030. A empresa estabeleceu a meta de colocar todas as suas operações para esse estado até 2040. O Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, esteve presente no lançamento e afirmou: “desenvolver a economia do hidrogénio é uma prioridade estratégica para o nosso país”.
O mais precioso de todos
Atualmente, o Grupo De Beers recupera diamantes de quatro países, Botswana, Canadá, Namíbia e África do Sul.
No Botswana, através de uma joint venture 50:50 com a Debswana, a empresa recupera diamantes de quatro minas, incluindo Jwaneng, uma das minas de diamantes mais ricas do mundo.
No Canadá, o Grupo De Beers é acionista maioritário e operador da mina Gahcho Kué, que iniciou a produção comercial em 2017.
Na Namíbia, o Grupo De Beers trabalha em parceria 50:50 com o Governo da República da Namíbia, através da Namdeb e Debmarine Namibia.
Na África do Sul, a De Beers Consolidated Mines, uma joint venture com a Ponahalo Holdings, recupera diamantes da mina Venetia, na província de Limpopo.
O De Beers Group também desenvolve super materiais de diamantes industriais, através do seu negócio, Element Six, oferece serviços de classificação e teste de diamantes, e produz diamantes cultivados em laboratório através da marca própria, Lightbox Jewelry.
Anglo American e os diamantes através do De Beers Group
A Anglo American detém 85% do De Beers Group, a segunda empresa a nível mundial em diamantes, sendo que os restantes 15% são propriedade do Governo da República do Botswana (GRB). O Grupo De Beers e os seus parceiros produzem cerca de um terço dos diamantes brutos do mundo, anualmente.
O De Beers Group vende diamantes brutos para os diamantiers internacionais com os seus negócios de Diamond Trading e leilões. Vende diamantes polidos e jóias com diamantes, através dos seus negócios, Forevermark e De Beers Jewelers.
Os diamantes Forevermark, para os quais menos de 1% dos diamantes do mundo são elegíveis, estão disponíveis globalmente e vêm com o “selo” de serem bonitos, raros e de origem responsável.
A De Beers Jewellers usa apenas os melhores diamantes do mundo para as suas jóias de alta qualidade, que estão disponíveis em dezasseis mercados ao redor do mundo.
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