Feira de jóias e diamantes regressou a Hong Kong

Os compradores chineses acorreram em grande número para se encontrarem com fornecedores, verem as mercadorias e verificarem os preços, de acordo com os comerciantes.

No entanto, apesar do elevado número de adesão, as vendas reais parecem ter sido limitadas.

“As pessoas tinham criado uma grande propaganda de que tudo iria mudar, mas o mercado leva tempo a adaptar-se”, disse o chefe de operações do fabricante indiano de jóias e diamantes polidos Finestar, Nilesh Chhabria.

“Não pode simplesmente ligar-se e desligar-se. No entanto, para algumas pessoas, o espectáculo correu muito bem”, concluiu.

A procura local estava quase parada desde meados de 2022, quando o país impôs vários bloqueios para reduzir a propagação do coronavírus.

O Governo chinês pôs fim à sua política de “zero Covid” em Dezembro, e, em Janeiro, deu o importante passo de abrir a fronteira com Hong Kong.

Isso permitiu aos retalhistas, comerciantes e fabricantes de jóias viajar, após três anos com poucas oportunidades. Hong Kong também tem vindo a abrandar as suas medidas de contenção ao longo dos últimos meses.

Assim, o primeiro dia do Hong Kong International Jewellery Show e Hong Kong International Diamond, Gem & Pearl Show coincidiram com o fim de obrigatoriedade de máscaras na região, todavia, voluntariamente, muitos participantes continuaram a utilizar coberturas faciais.

“Todos aqueles que conheci ficaram muito felizes por estarem de volta a Hong Kong e que Hong Kong se tenha aberto”, disse o director-geral do fabricante e comerciante de diamantes do Stellar Group HK, Rishi Mundra.

“O mandato da máscara foi a última das últimas grandes restrições da Covid-19 que tivemos em Hong Kong. Isso aumentou o sentimento de que estamos de volta aos negócios”, concluiu.

As salas pareciam estar muito ocupadas porque as duas feiras, ambas organizadas pelo Hong Kong Trade Development Council (HKTDC), ocorreram no mesmo local: o Hong Kong Convention and Exhibition Centre (HKCEC), no distrito de Wan Chai.

Antes da pandemia, os joalheiros expunham nesse local e os comerciantes de pedras soltas num centro diferente perto do aeroporto.

Nestas feiras participaram, durante cinco dias, mais de 2 500 expositores e mais de 60 000 compradores, informou o HKTDC.

“A atmosfera vibrante, o tráfego intenso e as cabines lotadas não só reflectiram a procura reprimida do mercado global de jóias após três anos e o forte poder de compra, mas também reafirmaram a posição de Hong Kong como a principal capital mundial das feiras na Ásia”, declarou a directora executiva adjunta do HKTDC, Sophia Chong.

A questão dos preços era um dos principais objectivos dos compradores chineses nas feiras. Muitos deles só estavam dispostos a licitar abaixo dos preços solicitados pelos expositores, declararam os participantes.

Os vendedores de loose-diamond (diamantes já trabalhados, cortados e polidos) poderiam ter feito fortes vendas se tivessem oferecido descontos, mas muitos não estavam dispostos a fazê-lo, comentaram os participantes.

A directora da Golay Fils & Stahl, Melissa Wolfgang Amenc, negociante suíça de pedras preciosas e joalharia, que expôs na secção de antiguidades, observou uma tendência semelhante no seu sector.

Embora o tráfego fosse forte, muitos clientes ficaram surpreendidos com alguns dos preços das pedras preciosas coloridas e jóias, que tinham aumentado durante a pandemia devido à escassez, explicou a directora.

“Tenho a sensação de que a população local, quer seja de Hong Kong ou da China continental, não estava necessariamente pronta para essa adaptação, porque os preços a que faziam referência eram consideravelmente mais baixos do que os preços que pedimos agora”, concluiu.

Quanto aos diamantes, a procura é inclinada para as pequenas pedras, que são populares entre as marcas de topo de gama.

Os artigos mais vendidos foram VS a SI de claridade e D a G de cores (o que se reflecte em tons menos amarelados).

Algumas das pedras destinavam-se ao mercado de consumo chinês, enquanto que outras estão sob a alçada de exportação para os Estados Unidos da América e a Europa, explicaram os vendedores.

O que se pôde verificar, segundo testemunhos locais, é que os clientes foram à procura de produtos a um custo mais baixo que o actualmente praticado e, posteriormente, tiveram de ajustar as suas expectativas.

Os compradores de marcas ocidentais estiveram na sua maioria ausentes. Assim, a maioria dos visitantes era da China ou de outro país asiático.

As feiras da indústria regressam em Junho e Setembro a Hong Kong.

Fontes: Rapaport, hktdc.com

Redação

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