Esperadas novas sanções aos diamantes russos em 2024

O evento da JCK em Las Vegas foi palco de uma discussão sobre as próximas sanções aos diamantes russos entre os membros da indústria diamantífera e o conselheiro especial para as sanções do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Brad Brooks-Rubin, e o conselheiro diplomático do primeiro-ministro da Bélgica, Skander Nasra.

Durante as conversações foram expostas algumas convicções face aos próximos passos a serem dados. Os membros da indústria afirmam esperar que todos os países do G7 e da União Europeia proíbam pedras preciosas com origem na Rússia, mesmo que sejam polidas e cortadas noutras partes do globo, como acontece na Índia, mais particularmente em Surat.

Especulou-se, durante o evento, que as novas sanções vão entrar em vigor a 1 de Janeiro do próximo ano, o que ressalva a indústria do seu impacte durante as épocas festivas de Dezembro.

Todavia, receia-se que as sanções sejam aplicadas a diamantes com dimensões cada vez mais inferiores, de modo a alcançar o maior número possível de peças a serem restringidas, nomeadamente nas alfândegas, onde a origem de cada peça será questionada.

Relacionada com a questão da alfândega está a da documentação necessária para se provar a origem “não russa” da peça. Os membros da indústria pedem que os organismos e meios já existentes sejam suficientes, tais como o Diamond Journey da Sarine, o Tracr da De Beers, o Everledger e o Diamond Source Warranty Protocol do U.S. Jewelry Council, ou mesmo um certificado do Processo Kimberley.

O acesso a meios tecnológicos vai, desta forma, passar a ser crucial, inclusive para os lapidadores artesãos da Índia, que muitas vezes não têm acesso a estes meios e usam métodos mais tradicionais.

Todas as questões relacionadas com as sanções têm mostrado que a indústria não está unida, uma vez que os Estados Unidos as aplicaram de imediato, mas por exemplo países como os Emirados Árabes Unidos e a Índia continuam a negociar com a Alrosa e a não condenar a invasão à Ucrânia, ou mesmo a Bélgica, através de Antuérpia, que inicialmente foi contra e que agora defende um rastreamento tecnológico das pedras.

A Presidente do Conselho Mundial dos Diamantes (WDC), Feriel Zerouki, defende que a indústria tem de se unir e apresentar uma proposta homogénea e unânime.

A De Beers abriu a sua plataforma Tracr, que usa blockchain para mapear a origem de um diamante, a toda a indústria. O GIA e o GSI já se inscreveram.

A Tracr apenas transportará mercadorias provenientes de minas certificadas pelo Responsible Jewellery Council (RJC), o que exclui a Alrosa que deixou o RJC em 2022.

Fontes: Rapaport e JCK Online

Redação

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