O início dos Diamantes no Botswana
A procura por diamantes no Botswana começou no Bloco de Tuli, em 1955. Na altura foram encontrados três pequenos diamantes aluviais ao longo do rio Motloutse.
Em 1967, entre a aldeia de Letlhakane e Mopipi Pan, uma equipa de geólogos da De Beers encontrou quantidades abundantes de ilmenita e granada, os dois principais indicadores de kimberlito diamantífero. Em Abril desse ano é descoberto o cano de Orapa, que viria a ser o maior de todos os tubos de kimberlito que acabaram por ser localizados naquela área de 117 hectares.
Devido ao tamanho da tubulação e ao grau variável da recolha de amostras e avaliação das mesmas, levaram dois anos até poder ser iniciada a exploração. Contudo, os resultados foram entusiasmantes, uma vez que o tubo Orapa mostrou um potencial considerável.
Em 1968, dois tubos menores foram descobertos a cerca de 40 quilómetros a sudoeste de Orapa, perto da vila de Letlhakane. A 23 de Junho desse ano, é formada a De Beers Botswana Mining Company.
No meio de tanta mina, surge a Debswana
Em 1969, os geólogos da De Beers começaram a examinar o terreno no distrito sul do Botswana. As formações rochosas do distrito sul são geralmente cobertas por uma camada de areia de 20 a 50 metros de espessura. Em 1971, a Mina de Orapa foi oficialmente comissionada.
As operações de prospecção, com técnicas sistemáticas de amostragem de sólidos, abrangeram toda a área e o cano que se tornaria a Mina Jwaneng, que acabou por ser encontrado em 1972, sob uma camada de 40 metros de areia e calcário no Vale do Rio Naledi.
A cidade de Jwaneng está localizada no perímetro do deserto de Kgalagadi, 125 km a oeste de Lobatse, 80 km a oeste da vila de Bangwaketse, Kanye, e 160 km a sudoeste da capital do Botswana, Gaborone.
Nessa altura, surge a assinatura do acordo para estabelecer a Debswana, uma parceria entre o povo do Botswana e a De Beers. Estiveram presentes, entre outros, HF Oppenheimer, ex-presidente executivo do Grupo De Beers, Sir Seretse Khama, ex-presidente do Botswana, Sir QKJ Masire, ex-vice-presidente do Botswana e o ex-ministro JG Haskins.
A importância do estabelecimento da mina Jwaneng
Em Maio de 1978, a De Beers Consolidated Mines Ltd e o Governo do Botswana assinaram um acordo para estabelecer a Mina Jwaneng. A Debswana é uma empresa na qual o Governo do Botswana e a De Beers Consolidated Mines Ltd detinham, cada um, uma participação de 50%. A construção da mina e desse município começou rapidamente, a primeira entrando em plena produção em Julho de 1982, com o então Presidente do Botswana, Sua Excelência Sir Ketumile Masire, a inaugurar a mina em Agosto de 1982.
Nessa ocasião, o Presidente disse: “Não só a mina de Jwaneng trará benefícios para a comunidade na parte sul do país, mas também vai aumentar as receitas do Botswana em divisas, ajudando assim a financiar o desenvolvimento de todo o país.”
Jwaneng colocou o Botswana entre os produtores de diamantes mais importantes do mundo.
Em 1982, o ex-presidente, Sir Ketumile Masire, disse na abertura oficial da Mina Jwaneng: “A Mina Jwaneng não é apenas uma nova mina, mas um verdadeiro príncipe de minas, uma jóia no mundo das gemas.” A indústria de mineração de diamantes do Botswana pode ser caracterizada como a força vital do país, dando a possibilidade de toda a população ter um padrão de vida mais alto e uma melhor qualidade de vida. Os diamantes representam mais de 70% por cento das divisas do país.
1987-1992
Num período de maior estabilidade e com todas as operações organizadas, a De Beers Botswana Mining Company recebeu uma participação de 5% na De Beers e o governo do Botswana teve direito a dois representantes no Conselho Administrativo da empresa sul-africana. A De Beers Botswana Mining Company é oficialmente renomeada Debswana Diamond Company em 1992.
Hora de expandir
Em Agosto de 1996, representantes do governo do Botsuana, da De Beers Centenary AG e da Debswana Diamond Company assinaram um acordo para duplicar a produção na Mina de Orapa.
Esta expansão aumentou a produção anual da mina de 6 milhões de quilates para 12 milhões de quilates a partir do ano 2000 e elevou a produção total da Debswana para cerca de 26 milhões de quilates por ano.
Além do Orapa 2000 Project, o Aquarium Project, realizado na Mina Jwaneng, também contribuiu para melhorar a rentabilidade da empresa. Esse projeto foi composto por uma fábrica de recuperação totalmente automatizada e uma casa de triagem totalmente integrada, que pôs um fim à triagem manual de diamantes. Os scanners de raios X de alta tecnologia usados nesta instalação garantiram a recuperação rápida e precisa do diamante e uma maximização dos lucros.
As operações de mineração 24 horas começam nas Minas Debswana. O comissionamento do Aquário da Mina Jwaneng como a primeira fábrica de recuperação totalmente automatizada do mundo, acontece no ano 2000.
Preocupação com a saúde dos trabalhadores e da comunidade
Em Maio de 2001 a Debswana torna-se a primeira empresa no mundo a fornecer tratamento antirretroviral gratuito para os seus funcionários.
Foi criado um subsídio de que cobre 100% das despesas de saúde dos funcionários que vivem com HIV/AIDS e que é extensível ao seu cônjuge legalmente casado.
Recentemente, em Junho de 2006, os filhos dos funcionários até à idade de 21 anos, que estão infectados com HIV, recebem tratamento através dos Hospitais das minas em Orapa e Jwaneng. Aqueles que preferem utilizar instalações não pertencentes à empresa, têm a opção de consultar alguns dos profissionais particulares indicados fora das minas.
Para a Debswana, o HIV/AIDS é parte integrante da estratégia de negócios e a sua resposta a esta doença está entre as suas mais altas prioridades corporativas.
O compromisso da empresa com o combate ao HIV e AIDS está expresso na sua filosofia de minimizar o impacte desta doença nos colaboradores, nos seus familiares e na própria empresa, de forma a prevenir novas infeções e oferecer cuidados e apoio aos infetados.
O sucesso das iniciativas contra esta doença por parte da Debswana reflete-se no enorme aumento do número de inscrições para o programa de HIV/AIDS da Companhia. O número de registos quase dobrou em 2005, quando comparado com 2004. No total, 616 pacientes estavam registados no Programa de Gestão de Doenças até o final de 2005, representando um aumento de mais de 233 em relação aos números de 2004.
A mina “bebé” da Debswana
A mina Damtshaa foi inaugurada oficialmente a 25 de Outubro de 2003, pelo então Vice-Presidente do Botswana, Tenente-General Seretse Khama Ian Khama, que na altura afirmou que “a mina Damtshaa é a mais recente adição ao fortalecimento e consolidação da nossa posição como nação líder na produção de diamantes”.
A produção total possível só para essa mina foi alcançada em Março de 2003. O perfil de quilates da Mina Damtshaa não é regular ao longo dos anos, devido aos graus variados dos diferentes tipos de rochas nas cavas.
De Beers e Botswana voltam a assinar acordo histórico
Um acordo histórico entre o gigante internacional de mineração, De Beers, e o gigante produtor de diamantes, Botswana, fez com que os dois parceiros de longa data embarcassem numa iniciativa de exploração ao longo da bacia deste país da África Austral, que transformou o perfil económico do país.
A assinatura abrangeu um conjunto de acordos entre a De Beers e o Governo do Botswana. Acordos esses que incluíram a renovação da licença de mineração para a Mina Jwaneng, a extensão das licenças de mineração para outras minas do país que também foram descobertas pela De Beers, sendo essas as minas de Orapa, Letlhakane e Damtshaa. Também incluíram a extensão do contrato de venda da Debswana por 5 anos para a Diamond Trading Company (DTC). A DTC é o braço internacional de vendas e marketing da De Beers.
O Governo do Botswana e a De Beers concluíram as negociações para estabelecer a Diamond Trading Company Botswana, uma empresa que viria a classificar, avaliar, vender e comercializar diamantes no Botswana e prolongar todos os contratos de mineração por 25 anos.
Período de inovação
A 16 de Dezembro de 2010 é oficialmente lançado pelo presidente, Kharma Seretse Khama, o Cut 8 Project, da mina Jwaneng. Este projeto teve o objetivo de prolongar a vida da mina de diamantes Jwaneng de 2017 a 2025, com um aumento inicial na quantidade de resíduos minerados.
Em 2011, no dia 16 de Setembro, o governo do Botswana assinou um novo contrato de venda de 10 anos com a De Beers, com data retroativa de Janeiro. A De Beers concorda em migrar a DTCI de Londres para Gaborone até ao final de 2013 e o governo obtém autorização para vender 10% da produção da Debswana de forma independente.
Em 2012, é formada a primeira empresa estatal de comércio de diamantes do Botswana, a Okavango Diamond Trading Company. Começa por ser responsável por 10% da produção total anual da Debswana e com o objetivo de progredir para os 15% ao longo de um período de cinco anos.
A De Beers Global Sightholder Sales é formada no mesmo ano, para agregar pela primeira vez a produção global de diamantes da De Beers no Botswana.
Em 2014, a Debswana comemora 45 anos de existência.
Mais anos de produção estável
Em 2016, o Botswana comemora 50 anos de independência.
No ano de 2018, a Estação de Tratamento de Rejeitos de Letlhakane entra em plena produção.
2019 fica marcado pela descoberta do Okavango Blue Diamond, um diamante de 41,11 quilates, extraído da mina de Orapa. Nesse ano a Debswana atinge a marca dos 50 anos de existência.
Ainda em 2019, a Debswana lança o Jwaneng Cut 9 project, desta vez com o objetivo de alargar a vida da mina até 2035.
Já em 2020, a Debswana lança o P65 Million Waste Water Project, na mina de Jwaneng, pressionados pelo Governo do Botswana para a empresa tornar os seus locais de exploração sustentáveis e amigos do ambiente.
Em 2021, a Debswana descobre o maior diamante da sua história, um diamante de 1098 quilates, extraído da mina Jwaneng.
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