Esse cristal de diamante foi nomeado como homenagem a Kathleen Lonsdale, que estudava a área da cristalografia. Foi a primeira mulher a alcançar vários estatutos, tais como ser membro da Royal Society, adquirir o título de professora da University College London, presidente da International Union of Crystallography e presidente da Associação Britânica para o Avanço da Ciência.
A lonsdaleíta possui uma estrutura molecular hexagonal que a torna um elemento mais duro que os diamantes terrestres, que possuem uma estrutura cúbica. Tanto o diamante como a lonsdaleíta são compostos por redes de átomos de carbono.
“Este estudo prova que a lonsdaleíta existe na natureza, no planeta terra”, disse o professor de física do Royal Melbourne Institute of Technology, Dougal McCulloch. Acrescentou ainda: “Também descobrimos os maiores cristais de lonsdaleíta conhecidos até hoje, com tamanhos a atingirem um micrómetro.”
Os investigadores examinaram amostras de vários meteoritos ureilite, um tipo raro de meteorito que geralmente contém mais carbono que os outros. Acreditam que a lonsdaleíta foi criada no manto de um planeta anão, em algum local do nosso Sistema Solar, durante uma grande colisão com outro corpo celeste.
É importante ressalvar, no entanto, que os investigadores consideram que a lonsdaleíta se formou provavelmente sob alta temperatura, mas apenas com pressão moderada, uma combinação de fatores que tornam as origens desses diamantes espaciais semelhantes aos métodos que a indústria diamantífera usa atualmente para produzir diamantes sintéticos.
McCulloch disse que “há fortes evidências que a lonsdaleíta surgiu de um processo de deposição de vapor químico que ocorreu nessas rochas espaciais, provavelmente logo após ter existido uma colisão catastrófica nesse planeta anão”. Também esclareceu que “a deposição de vapor químico é uma das formas de se criarem diamantes em laboratório, essencialmente cultivando-os dentro de uma câmara especializada”.