De Croo: Bélgica opõe-se a sanções

Oitenta e seis por cento de todos os diamantes brutos do mundo são negociados na cidade, assim como cinquenta por cento dos polidos. Um número impressionante que vale 37 biliões de euros das importações e exportações belgas, doze por cento das quais para fora da UE.

De Croo referiu que os quase seiscentos anos de comércio de diamantes em Antuérpia provam que tem sabido adaptar-se às evoluções do mercado e manter-se na sua liderança.

Sobre o Processo Kimberley, afirmou que necessita claramente de uma reforma e que a palavra “confiança” é a chave para uma relação bem sucedida com os clientes desta indústria especial. E citou os países produtores africanos que têm sabido melhorar as condições do tecido social graças aos proventos dos diamantes.

Em seguida referiu a guerra na Europa, que há dois anos ninguém imaginava possível, e que trouxe mudanças para todos os sectores, incluindo o diamantífero. E defendeu que as sanções se centraram nos agressores e que essa discussão deve manter-se a um nível sensato porque, a serem aplicadas na Bélgica, levariam ao retrocesso de séculos na indústria local de diamantes.

De acordo com o primeiro ministro, isso representaria uma enorme perda num sector em que a Europa lidera, e também para os seus parceiros. E já se sente a quebra provocada pela falta de exportações de diamantes russos.

Reafirmando o compromisso do governo belga no apoio à indústria e aos avanços tecnológicos que sustentam uma confiança crescente nos operadores de Antuérpia, De Croo acabou por dar o seu voto de confiança à sua capacidade de corresponder às exigências dos consumidores que foram o tema central da conferência.

A Bélgica será, dentro de pouco tempo, o primeiro país do mundo em que os joalheiros serão obrigados a divulgar, por lei, aos consumidores a natureza dos seus diamantes, se são naturais ou sintéticos, pondo o país na liderança pela transparência.