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De Beers: dificuldades no primeiro semestre do ano

A mineradora divulgou os resultados do seu desempenho financeiro e a produção dos primeiros seis meses deste ano, num contexto de desafios económicos a nível mundial e redução da procura dos consumidores.

A receita total da De Beers diminuiu consideravelmente no primeiro semestre do ano. Passou de 3,6 mil milhões de dólares norte-americanos, no ano passado, para 2,8 mil milhões de dólares norte-americanos.

As vendas de diamantes brutos também registaram uma queda, totalizaram 2,5 mil milhões de dólares, quando no período homólogo a empresa alcançou 3,3 mil milhões de dólares. A De Beers confirmou que os resultados refletem a diminuição da procura durante o período.

O preço médio caiu 23 por cento, para 163 dólares norte-americanos por quilate, mas o volume de vendas permaneceu estável, na ordem dos 15,3 milhões de quilates. A mineradora atribuiu o valor à maior proporção de diamantes brutos de menor valor vendidos em 2023.

A empresa explicou ainda que “os altos níveis de stock de diamantes polidos ao longo de 2023, bem como os desafios macroeconómicos em curso, tiveram um impacte na procura por diamantes brutos”.

“A recuperação prevista através da procura chinesa após o levantamento das restrições da Covid-19 foi afetada por uma grande onda de infecções durante o primeiro trimestre de 2023, que prejudicou a confiança do consumidor”, acrescentou a mineradora.

A produção de brutos durante o semestre ficou praticamente estável, em 16,5 milhões de quilates, em comparação com um forte primeiro semestre do ano passado, no qual foi registada uma produção de 16,9 milhões de quilates.

De acordo com a gigante diamantífera, o resultado reflete um forte desempenho operacional na maioria das regiões, que foi compensado pela redução planeada na África do Sul com o início das operações subterrâneas na Venetia, onde a primeira produção foi alcançada recentemente.

O projeto subterrâneo de Venetia (VUP)
Imagem: africanminingmarket.com

No Botsuana, a produção aumentou 9 por cento, para 12,7 milhões de quilates, impulsionada pelo tratamento de minério de alto teor na mina Orapa.

A produção da Namíbia aumentou 21 por cento para 1,2 milhões de quilates, devido à contribuição do navio Benguela Gem e pelo aumento contínuo e expansão da área de mineração nas operações terrestres.

No Canadá houve um aumento de 9 por cento da produção, passando para 1,4 milhões de quilates de quilates, com o tratamento de minério de maior qualidade.

A produção da África do Sul foi a única que registou uma queda. Diminuiu 59 por cento, para 1,2 milhões de quilates, quando no período homólogo do ano passado as minas sul-africanas produziram cerca de 2,9 milhões de quilates.

A queda na produção deveu-se à conclusão da mineração a céu aberto da Venetia em Dezembro do ano passado.

As despesas de capital aumentaram 21 por cento durante o semestre, para 302 milhões de dólares, em grande parte devido ao projeto subterrâneo de Venetia, mas também devido aos restantes projetos planeados de extensão de vida das minas.

Além da mina sul-africana, a De Beers tem os projetos Cut-7 e Cut-8 na mina Jwaneng, que vão aumentar a produção para 9 milhões de quilates, com a primeira produção esperada em 2027. Existe ainda o Cut-9 que irá estender o tempo de vida útil da mina até 2036.

Uma tendência que permaneceu bastante forte foi a procura por jóias com diamantes.

A De Beers Jewellers, a marca de luxo da empresa, teve um desempenho sólido no primeiro semestre, com um crescimento de dois dígitos nos artigos para noivas e nas suas coleções. O desenvolvimento da marca na China continua a ser um dos grandes focos da companhia.

A De Beers concluiu que “o desejo do consumidor por diamantes naturais irá permanecer forte nos principais mercados a longo prazo, enquanto a oferta de diamantes brutos deverá diminuir”.

Fontes: De Beers, Anglo American

Redação

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