Traficantes indianos da região de Surat viajam regularmente à Serra Leoa para comprarem, de forma ilícita, diamantes brutos para posteriormente os contrabandearem, pois não estão certificados, noticiou o jornal indiano The Blunt Times.
Os mineiros roubam as pedras preciosas e consequentemente têm a margem de um a dois dias para se desfazerem do produto. Assim, os contrabandistas pagam valores menores pelos brutos mas, como a compra é feita em dólares, acaba por ser vantajosa para os trabalhadores.
De acordo com o jornal indiano, um desses compradores indiano afirmou que de Surat estabeleceram uma rede de compra, com mineiros da Serra Leoa, onde adquirem os brutos que não têm qualquer tipo de certificação.
Segundo os dados do Sistema de Certificação do Processo de Kimberley, a Serra Leoa exportou 641469 quilates em 2020, com um valor de 119 milhões de dólares norte-americanos.
A Serra Leoa, conhecida pelas suas reservas de diamantes, atraiu a atenção de membros da indústria diamantífera em Surat, que durante as viagens escondem as peças em sacos para escaparem ao controlo aduaneiro e contratam seguranças privados enquanto estão no país, para se sentirem mais seguros.
Os traficantes, segundo relata o jornal, oferecem prendas aos trabalhadores, tais como t-shirts, calças de ganga, entre outros acessórios, para criarem uma relação mais intimista.
A Serra Leoa é o oitavo maior produtor de diamantes do mundo, representa 0,76 por cento, e prevê-se que entre 2022 e 2026 tenha um aumento de produção de dois por cento.

A exploração do comércio de diamantes na Serra Leoa levanta, desta forma, sérias preocupações éticas e jurídicas.
A falta de certificação adequada e a origem duvidosa destes diamantes comprometem o Processo de Kimberley.
Fontes: The Blunt Times, Idex online