Ciência: núcleo da Terra pode ser uma fábrica de diamantes

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O que hoje se sabe sobre a formação dos diamantes e os avanços da ciência em novas formas de investigação permitem aos cientistas afirmar que o núcleo da Terra pode ser uma gigantesca “fábrica de diamantes”.

Os cientistas acreditam que as temperaturas superiores a 3.000 graus centígrados que se verificam no interior do nosso planeta pode favorecer essa possibilidade, agora avançada por um grupo de investigadores da Universidade do Arizona e da sua Escola de Exploração da Terra e do Espaço. Segundo os seus especialistas, o carbono a essas profundidades pode estar em estado diamantado.

O professor Dan Shim, co-autor do estudo realizado na universidade, afirmou que “a forma estável de carbono sob as condições e temperatura de pressão da fronteira do manto central da terra é diamante”.

O estudo permitiu concluir que “nas pressões esperadas do limite do manto do núcleo da Terra, a ligação de hidrogénio com metal líquido de ferro parece reduzir a solubilidade de outros elementos leves no núcleo. Como resultado, a solubilidade do carbono, que provavelmente existe no núcleo da Terra, diminui localmente onde o hidrogénio entra no núcleo do manto (por desidratação).”

Dessa forma, o carbono que escaparia do núcleo externo líquido tornar-se-ia diamante quando entrasse no manto.

“O carbono é um elemento essencial para a vida e desempenha um papel importante em muitos processos geológicos”, explica Byeongkwan Ko, co-autor do mesmo estudo. “A nova descoberta de um mecanismo de transferência de carbono do núcleo para o manto irá lançar luz sobre a compreensão do ciclo do carbono nas profundezas da Terra”, acrescentou.

A origem dos diamantes a que temos hoje acesso poderá ser esta, visto que são feitos inteiramente de átomos de carbono com uma ligação sólida que terão sido transportados da borda do núcleo da Terra para a superfície por erupções vulcânicas.

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