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ChatGPT e IA podem ser aliados da joalharia

Os joalheiros podem usar o ChatGPT e a IA para economizar tempo e dinheiro, declarou o consultor de negócios Ford Saeks durante uma palestra sobre “Desbloquear o potencial da IA e do ChatGPT no seu negócio”, no Conclave da American Gem Society (AGS), em Louisville.

“O ChatGPT é 100 vezes mais inteligente do que a pessoa mais inteligente”, afirmou Ford Saeks, que é Presidente e CEO do Prime Concepts Group, uma agência de marketing.

Ford Saeks. Imagem: gdaspeakers.com

“As pessoas perguntam-se sempre se a IA vai substituir os humanos. Não, vai substituir os humanos que não a estão a utilizar”, prosseguiu.

O ChatGPT e programas semelhantes de inteligência artificial podem ajudar as empresas a “automatizar tarefas, melhorar a eficiência e tomar melhores decisões”, explicou.

No mercado, especula-se de que o ChatGPT vai substituir certos trabalhos, mas na opinião de Saeks “o melhor a fazer é instruir os funcionários sobre a melhor forma de utilizar a IA”.

Entre as possíveis aplicações do ChatGPT e de outros meios da IA existe o brainstorming de ideias de negócios e de marketing, criação de conteúdos, envolvimento nas redes sociais, descrição de produtos, escrita de e-mails, tradução de idiomas, análise de dados, pesquisa de mercados, escrita de leads, elaboração de planos de negócios, fornecimento de formulários, preparação de folhas de cálculo Excel e programação básica de computadores.

Saeks observou que a maioria dos navegadores da internet tem extensões de IA que podem ajudar em tarefas específicas e que o ChatGPT funciona melhor quando é “treinado”.

“Escreva como se estivesse a falar com uma pessoa, mas sendo essa pessoa um estagiário. Seja específico e forneça contexto e diálogo. Quando o treinamos, ele fica mais inteligente, tal como um empregado”, explicou.

Por vezes, é útil pedir ao ChatGPT para “assumir uma identidade ou profissão”, disse.

Os joalheiros podem pedir ao chatbot para “agir como um redator experiente com altos níveis de conhecimento e autoridade na indústria de jóias. Este faz o seu trabalho escrevendo conteúdo para os social media, blogs e artigos do LinkedIn”.

Os retalhistas poderão ainda ter de dar o seu toque individual, salientou Saeks, caso contrário, o blogue de cada joalheiro será igual. Mas grande parte do trabalho já estará feito, é uma questão de edição de texto e de ser dado um cunho mais pessoal e humano.

“Use-o em conjunto com o julgamento humano, não como substituto”, aconselhou Saeks.

“Os seres humanos trazem empatia, adaptabilidade e criatividade. Isso não vai desaparecer”, prosseguiu.

O ChatGPT fornece frequentemente informações inexatas ou plagiadas.

Assim, “é preciso verificar o seu trabalho”, alertou.  

“Não assuma que as respostas estão corretas. Peça-lhe fontes e justificações para as respostas.”

O chatbot também apresenta problemas de privacidade e sigilo.

Numa outra perspectiva, para o perito da Microsoft, Yusuf Mehdi, “os chatbots com IA não vão poder ser mais inteligentes do que as pessoas, porque precisam do “entendimento humano”, no sentido de que são as pessoas que lhes dizem o que fazer.

Yusuf Mehdi. Imagem: ir.usbank.com

Mehdi atribui o receio com a IA em parte por ser uma novidade, que se popularizou com o lançamento do ChatGPT, da OpenIA, há seis meses, bem como aos anúncios de ‘chatbots’ de IA nos motores de busca do Edge e Google, respetivamente Bing e Bard, há três meses.

“Temos de passar por este ciclo de compreensão da tecnologia e, à medida que aprendemos mais, creio que esses medos vão passar”, sublinhou.

Não obstante, outros peritos, como Geoffrey Hinton, considerado o ‘padrinho’ da IA, que trabalhou para a Google, manifestou recentemente as suas preocupações quanto aos perigos que estas duas tecnologias colocam, em entrevista ao The New York Times.

Geoffrey Hinton. Imagem: Linda Nylind / eyevine

“Essa ideia de que a IA na realidade poderia vir a ficar mais inteligente do que as pessoas era algo em que algumas pessoas acreditavam. Mas, na sua maioria, pensavam que levaria muito tempo. Eu pensava isso, que faltariam entre 30 a 50 anos, ou talvez mais. Obviamente, já não o penso”, declarou Hinton na entrevista.

O CEO da Google, Sundar Pichai, apelou à colaboração entre empresas para endereçar esta rápida evolução.

Sundar Pichai. Imagem: jagranjosh.com

“Tenho estado a refletir nas grandes mudanças tecnológicas de que todos fizemos parte, e a mudança da IA é tão grande quanto imaginável”, considerou Sundar Pichai. “É por isso que é tão importante que tornemos a IA útil para toda a gente”.

Já o vice-presidente sénior de Tecnologia e Sociedade da Google, James Manyika, explicou que há muitos riscos associados ao potencial da Inteligência Artificial.

James Manyika. Imagem: thezimbabwemail.com

James Manyika explicou que, nos últimos seis meses, a IA teve um salto exponencial em aplicações disponíveis aos consumidores.

“Temos de reconhecer que esta é uma tecnologia emergente, que ainda está a ser desenvolvida e ainda há muito a fazer”, alertou Manyika.

A Google introduziu recentemente o seu bot conversacional alimentado a IA, Bard, visto como resposta à popularidade do ChatGPT, da OpenAI/Microsoft.

A partir de grandes modelos de linguagem, sistemas como o ChatGPT e o Bard podem gerar conteúdo com base nos pedidos dos utilizadores, em vários idiomas. É algo tipicamente chamado IA generativa.

Uma das maiores preocupações da Google é o aumento da desinformação, pelo que a empresa está a desenvolver ferramentas para verificar a autenticidade da informação.

A tecnologia pode ser usada por terceiros com más intenções para criarem ‘deepfakes’, explicou Manyika, referindo-se a vídeos que replicam uma pessoa e a sua voz de forma artificial para a fazer dizer algo que não disse realmente.

“Construir a IA de forma responsável tem de ser um esforço coletivo que envolve investigadores, cientistas, especialistas da indústria, governos e as pessoas no dia-a-dia”, considerou Manyika. “Há muita coisa em que temos de acertar juntos”, concluiu.

Fontes: jckonline.com e SIC Notícias

Redação

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