A mina de Catoca, situada a 35 km da cidade de Saurimo, Lunda Sul, em Angola, é a quarta maior mina a céu aberto do mundo e produz cerca de 80 por cento dos diamantes em Angola. A mina é explorada pela Sociedade Mineira de Catoca, que tem as seguintes empresas como sócias: a Endiama, que representa o Estado angolano, com 41%, a Alrosa (empresa russa), com 41% e a Leviev International – LLI (empresa chinesa), com 18%.
Neste momento o conselho de gerência é composto por quatro principais figuras. Pelo Doutor Benedito Paulo Manuel, Presidente do Conselho de Gerência e Diretor Geral, pelo Engenheiro Aleksandr Kozupeev que é o Diretor Geral Adjunto para área Técnica, pelo Doutor Sergey Chuvilin, Diretor Geral Adjunto para área Financeira, e pelo Doutor Paulo Mandela do Amaral Martins, que ocupa o cargo de Diretor Geral Adjunto para a área Administrativa.
História da mina e objetivos da SMC
De acordo com a Sociedade Mineira de Catoca, tudo começou em 1995 quando “os primeiros pesquisadores chegaram ao kimberlito de Catoca para melhor entenderem as riquezas que ali estavam guardadas”. No entanto, só em 1997 é que se deu oficialmente o início das atividades mineiras a céu aberto. A atual área superficial da chaminé é de 45,5 hectares, mas a área inicial, em 1997, era de 64 hectares. O tempo de vida da mina e a profundidade máxima a atingir foi estimado em 40 anos e 400 m, segundo Manuel Bravo, do Instituto Superior Técnico de Lisboa.
A Sociedade Mineira de Catoca tem planos e objetivos bem definidos em relação à mina e à própria empresa. Tem a ambição de se tornar uma das três maiores empresas diamantíferas do mundo, em termos de faturação. No relatório anual de 2021 a empresa dá-nos conta de que tem como missão “recuperar de forma sustentável as reservas diamantíferas, assegurando que os [seus] produtos se distingam internacionalmente pelo seu valor e elevada qualidade, promovendo o desenvolvimento, a responsabilidade socioambiental e um clima organizacional positivo, assente em práticas seguras, valores e princípios éticos”.
Produção e resultados da mina de Catoca
A Sociedade Mineira de Catoca estima produzir cerca de oito milhões de quilates por ano na mina (numa extração em média de 10 milhões de toneladas de minério e 11 milhões de m3 de estéril), movimentando perto de 18 milhões de m3 de massa mineira no total.
Em termos de resultados, no ano passado, o setor teve um bom desempenho, tanto nas receitas quanto na produção. O volume de produção foi aproximadamente de 116 milhões de quilates (+5% que 2020), tendo vendido (incluindo os stocks) 137 milhões de quilates (+27% que 2020) e (+1,4% que 2019). Combinadas com o aumento dos preços, as receitas aumentaram em 62% em relação ao ano anterior [2020]”, afirma o Diretor Geral na sua mensagem introdutória do relatório.
A SMC teve receitas no valor de 757,48 milhões de USD (mais 23% do que em 2020), provenientes da comercialização de 6358,2 milhares de quilates e, deduzindo todas as despesas e custos operacionais, a empresa obteve o resultado líquido do exercício na ordem de 270,60 milhões de dólares americanos.
O projeto que está agora em desenvolvimento por parte da Sociedade Mineira de Catoca é a mina do Luaxe, que fica a 20 quilómetros da mina de Catoca e situada entre as duas Lundas (do Norte e do Sul). Em 2013 foi descoberta a chaminé kimberlítica do Luaxe, considerada um importante depósito de diamantes. Depois de, numa primeira fase, terem recolhido amostras do solo para determinar a qualidade dos diamantes, em 2021 começou a exploração na mina do Luaxe, que produziu 16,9% do volume de quilates de diamantes em Angola, tornando-se a segunda mina do país com a maior percentagem de volume de quilates de diamantes, e 8% do valor total em dólares americanos. A primeira posição, tendo em conta a percentagem de volume de quilates e a percentagem de valor em dólares americanos, é ocupada pela mina de Catoca com 71,7% e 46,8% respetivamente.
Iniciativas sociais da empresa
A Sociedade Mineira de Catoca implementa e contribui para várias iniciativas sociais como a reabilitação e requalificação de escolas e aldeias, a aposta no desenvolvimento na área do desporto e nos serviços de saúde e ao providenciar vários bens necessários às comunidades tais como casas e cestas básicas.
As mais recentes iniciativas foram no ano de 2021 com a reabilitação de uma escola primária do Kalumbo, na Província do Uíge e a requalificação de uma escola de quatro salas de aulas na comunidade do Luenda. E também “a construção e apetrechamento do CIC/Sambaia, Centro Comunitário Infantil, que alberga três jangos (casas de conversa) divididos em três salas, com mais de cem alunos, dos 3 aos 5 anos de idade, que irá permitir às crianças terem acesso às aulas”. Ainda no mesmo ano realizou-se a primeira Conferência Internacional dos Diamantes, em Saurimo, onde foram apresentados quatro programas que estão a ser postos em prática na zona Leste do país, especialmente nas províncias da Lunda Sul, Lunda Norte e Moxico: o Catoca Aluno, o Catoca Académico, o Catoca Jovem Empreendedor e o Catoca Mulher Rural.
