A Cartier anunciou que se vai aliar à inteligência artifical através de um dispositivo que cabe “perfeitamente numa secretária” e requer uma ‘lamp-like camera’ (lâmpada com câmara incorporada), um iPad, e um computador, de acordo com a revista Wired.
O cliente usa uma faixa preta no dedo escolhido para servir como um dispositivo de captura de movimento. O software sobrepõe então um anel sobre a banda e mostra os resultados no iPad, onde o cliente pode comprovar se gosta de se ver com a jóia.
O Looking Glass está a ser testado globalmente nas lojas Cartier.
Desta forma, os clientes podem experimentar 13 anéis diferentes e conferir as informações de cada peça.
O lançamento desta tecnologia de realidade aumentada associada a uma marca como a Cartier desencadeou uma discussão na indústria.
Contudo, os criadores desta tecnologia, a empresa francesa de inteligência artificial (IA) Jolibrain e o Blue Trail Software com sede na Califórnia, garantiram que os resultados têm qualidade e que correspondem à indústria de alto luxo.
“A vantagem é que um modelo 3D, ou “gémeo digital”, de um anel não precisa de ser feito com antecedência. O sistema de Inteligência Artificial está preparado para, a partir de vídeos do anel, o conseguir reproduzir”, explicou o CEO da Jolibrain, Emmanuel Benazera.
A Blue Trail Software trabalhou com a Cartier Retail Innovation Lab para desenvolver a aplicação Looking Glass e integrar a tecnologia de realidade aumentada da Jolibrain.
“A Cartier não queria praticamente nenhuma latência entre o movimento das mãos e a sua renderização no iPad”, explicou o presidente da Blue Trail, Remi Vespa.
Esta renderização tinha de ser “perfeita em termos de cores e iluminação”, concluiu.
Isto destaca outro desafio para a realidade aumentada relacionado com a joalharia: os próprios materiais.
A joalharia é “difícil de representar virtualmente”, segundo David Ripert, CEO da empresa londrina Poplar Studio 3D, David Ripert. Estas dificuldades são o reflexo e transparência das pedras.
O Looking Glass usa truques subtis para contornar isto. “Em cada imagem gerada, a forma como a pedra reflecte a luz está errada em termos de qual deve ser exactamente a verdadeira física subjacente”, explica Benazera. “Mas o truque é que os nossos cérebros não o sabem identificar”.
Todo este esforço resultou, até agora, em apenas 13 anéis para experimentar.
Fonte: Rapaport