Botsuana e De Beers: acordo pode surgir hoje

O Governo do Bostuana e a De Beers poderão anunciar nas próximas horas o resultado do acordo em relação à exploração de diamantes no país pela companhia fundada em 1888 por Cecil Rhodes.

A De Beers controlou, desde o final do século dezanove até ao presente, cerca de 80 a 85 por cento da distribuição de diamantes em todo o mundo. A percentagem desse controlo em 2019 era de cerca de 29,5 por cento.

O que está em questão neste momento é a renovação do acordo com 54 anos entre o Governo do Botsuana e a companhia, que permite ao país ficar com 25 por cento da produção de brutos e à De Beers 70 por cento. Os diamantes são extraídos pela Debswana Diamond Company, que ambos os parceiros controlam em partes iguais.

O Botsuana quer garantir o controlo de uma maior percentagem de diamantes brutos e tem feito uma campanha dura para alcançar esse objectivo. A HB Antwerp surgiu recentemente como novo parceiro do Governo do país e pode complicar o desfecho para a De Beers.

O resultado do novo acordo pode ser anunciado ainda hoje, embora Lefoko Moagi, Ministro da Indústria do Botsuana, tenha declarado ontem que ainda nada tinha sido decidido. As negociações continuam a um ritmo intenso, mas o resultado pode ser o final do acordo entre a gigante De Beers e o segundo maior produtor de diamantes do mundo.

O Presidente Mokgweetsi Masisi tem defendido um acordo mais justo para o país que, a resultar, pode elevar as suas hipóteses de reeleição no próximo ano.

Uma distribuição de 50 por cento para cada um dos lados tem sido amplamente ventilada. Mas muito está a mudar na indústria diamantífera e estas negociações são, sem sombra de dúvida, uma das muitas transformações que estão a revolucionar a forma como os seus intervenientes e os consumidores encaram hoje a exploração e o comércio destas pedras preciosas.

Fontes: Idex, Reuters, Wikipédia, EcoSapo, Paul Zimnisky, Voice of Africa