Botsuana: desaceleração do setor de diamantes

Um representante do Ministério das Finanças revelou recentemente que o setor de mineração no Botsuana irá permanecer estável, mas que o mesmo não irá ocorrer na indústria diamantífera.

A diminuição de procura por jóias com diamantes e a contenção por parte dos consumidores em relação aos seus gastos são algumas das razões que foram apontadas para o aparecimento dessa tendência no setor.  

A produção geral de mineração no ano passado aumentou 8,2%. Mas, de acordo com o Mining Weekly, os lucros obtidos pela mineração do cobre e do carvão este ano não irão “compensar o declínio verificado no setor dos diamantes, dos quais o Botsuana é o maior produtor africano”.

Espera-se que a produção de diamantes diminua 1% este ano, e que o crescimento do comércio de diamantes desacelere para 7%, quando no ano passado verificou-se um crescimento de 41%.

O comércio de diamantes cresceu bastante em 2022, uma vez que o país assistiu a um aumento do número de compradores do Ocidente que evitaram adquirir diamantes da Rússia, após a invasão da Ucrânia.

Além disso, a Debswana, uma joint venture entre o governo do Botsuana e a De Beers, que produz praticamente todos os diamantes do país, registou um crescimento de 8% na sua produção, para 24,1 milhões de quilates.

“Vemos que o setor de diamantes terá um ano difícil devido a uma desaceleração esperada na procura do consumidor, especialmente nos Estados Unidos, devido à pressão relativamente à renda real e ao consumo”, informou o consultor sénior de políticas do Ministério das Finanças, Keith Jefferis, à Reuters.

Contudo, a tendência prevista para o setor diamantífero será em parte compensada pela maior produção de novas minas de cobre e pela elevada procura por carvão.

De acordo com estimativas do Ministério das Finanças, os royalties minerais diminuirão este ano para 4,5 mil milhões de pulas, cerca de 319,6 milhões de euros, considerando que em 2022 foram contabilizados royalties no valor de 6,1 mil milhões de pulas, aproximadamente 433,2 milhões de euros.

Os dividendos devidos ao Estado também terão uma queda. De 15 mil milhões de pulas, cerca de 1,1 mil milhões de euros, passarão para 11,3 mil milhões de pulas, ou 802,5 milhões de euros.

Fontes: Mining Weekly, Reuters