As famosas (e opostas) donas do diamante Krupp-Taylor

O diamante Krupp começou a sua jornada pública no dedo de Vera Krupp em 1952. A atriz alemã e depois naturalizada americana recebeu a jóia do então esposo, próximo de Hitler e ministro da economia de guerra do seu regime, Alfried Krupp.

O casamento dos dois durou até 1956 e Vera continuou a usar o apelido do ex-marido e o valioso anel de diamante.

A jóia levou a que Vera aparecesse nas notícias quando ladrões invadiram a sua casa, no rancho Spring Mountain, no Nevada, nos Estados Unidos, a 10 de Abril de 1959. Nesse ano, o anel valia cerca de 275 000 dólares americanos, o equivalente a quase três milhões de dólares nos dias de hoje.

Diamante Krupp
Imagem: FBI

No mediático roubo amarraram Vera e arrancaram-lhe violentamente o anel do dedo, de acordo com o FBI, que o recuperou seis semanas depois, em Nova Jérsia.

Mesmo depois do assalto, Vera Krupp usava o anel no seu dia a dia. Chegou a ser confundido com uma zircónia, enquanto fazia compras numa mercearia, em Las Vegas, contou a sua secretária pessoal e confidente, Peg Westburg.

No entanto, um ano após a sua morte, o ator Richard Burton comprou o anel para a sua esposa e também atriz, Elizabeth Taylor, num leilão, em Nova Iorque, por 307 000 dólares, ou seja, quase três milhões de dólares hoje, o maior valor alguma vez pago num leilão para um anel de diamante na altura.

Elizabeth Taylor com o anel de 33,19 quilates
Imagem: Worthy

No livro ‘Elizabeth Taylor: The Grit and Glamour of an Icon’, de Kate Andersen Brower, é contado um episódio que envolveu Ward Landrigan, o então chefe do departamento de jóias da Sotheby’s, que comentou: “Depois de um leilão, eu sempre levava o meu staff para o bar próximo do escritório e estávamos sentados quando ouvimos no rádio que a Elizabeth Taylor comprou o diamante. Eu disse: ‘Que ótimo!'”.

Landrigan explicou ainda que depois de vinte minutos, um funcionário do escritório apareceu no bar e disse que a atriz queria o anel naquele momento.

O chefe de jóias da Sotheby’s perguntou onde estava Taylor, ao qual o funcionário respondeu que estava em Londres e já lhe tinham reservado um bilhete de avião para ir naquele exato momento.

Sabe-se que Elizabeth Taylor sempre notou a ironia por detrás do seu bem tão precioso, uma vez que a anterior dona estava associada ao regime nazi, quando a atriz se tinha convertido ao Judaísmo em 1959.

Aquando da morte de Taylor, em 2011, o conglomerado sul-coreano E-Land comprou o anel por 8,8 milhões de dólares. Hoje, a QVC vende uma réplica do anel Elizabeth Taylor por um pouco mais de 152 dólares.

Redação

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