Angola: cooperação com o Botsuana para fortalecer setor diamantífero

O Presidente João Lourenço anunciou, durante a sua visita de Estado ao Botsuana, que Angola quer uma cooperação com o país e aprender, através da sua experiência, mais sobre a produção, transformação e comercialização de diamantes.

A cooperação pretendida passa também pelos sectores de educação, saúde, meio ambiente e as infraestruturas, nomeadamente transportes e rede elétrica.

Durante a sua visita a Gaborone, a capital do Botsuana, o Presidente angolano destacou que as reformas implementadas pela nação africana, que é o segundo maior produtor de diamantes no mundo, a impulsionaram para a posição mundial em que se encontra atualmente.

Angola anseia por essas reformas e quer impulsionar a sua indústria diamantífera da mesma forma.

O Presidente angolano propôs ao Governo que se junte como co-proprietário da Refinaria do Lobito, uma unidade em construção na província angolana de Benguela.

A refinaria está projetada para refinar até 200 mil barris de petróleo bruto por dia, tornando-se a maior refinaria do país. Essa iniciativa visa eliminar gradualmente a atual dependência de importação de produtos refinados, como gasolina e gasóleo.

Outra proposta de cooperação apresentada é a partilha do excedente da produção de energia elétrica com os países fronteiriços, em que o Botsuana se inclui através da fronteira com a província Cuando Cubango.

Nos transportes, Angola manifestou interesse em intensificar a cooperação bilateral para o repovoamento bovino do país.

João Lourenço anunciou ainda a abertura, em breve, de uma ligação aérea entre as cidades de Luanda e Gaborone, no Botsuana.

A questão ambiental também foi alvo de interesse uma vez que Angola pede a cooperação do país vizinho na produção de carne bovina e na conservação da Natureza, nomeadamente na gestão dos parques ambientais.

A cooperação entre os dois países vem de relações diplomáticas implementadas em 1976 e 2006, em que assinaram um Acordo Geral de Cooperação.

Situação da indústria diamantífera angolana

Nos primeiros seis meses de 2023, o país vendeu cerca de 4,3 milhões de quilates e obteve cerca de 37,6 milhões de dólares norte-americanos em receitas fiscais pagos pelas empresas diamantíferas que operam no mercado angolano.

Esse valor representa uma queda de 12% em comparação com o período homólogo de 2022.

A explicação dada para o abrandamento das vendas de diamantes brutos é a volatilidade dos preços no mercado externo, o que faz com que as diamantíferas restrinjam a oferta ao mercado internacional.

A Endiama tinha previsões de 14 milhões de quilates produzidos e uma receita bruta de cerca de 2 mil milhões de dólares norte-americanos para 2023.

A mina do Luele tem reservas avaliadas em 35 milhões de quilates e uma vida útil de 35 anos, sendo a esperança para impulsionar a produção de diamantes no país.

O objetivo desse projeto é aumentar as receitas fiscais angolanas, mas os preços do mercado internacional representam um desafio.

Fontes: ANGOP, Portal de Angola e Expansão

Redação

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