Comprada em 2011 ao magnata da indústria diamantífera Lev Leviev, a participação de 18% manteve-se sob a esfera da China Sonangol até agora.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana bloqueou a participação de 18% da Lev Leviev Internacional na mineira angolana Catoca, cujas ações foram transferidas para o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE). O estado angolano, que já detinha 41% da Catoca através da Endiama, garante agora uma posição maioritária de 59% na empresa mineira – dividida apenas com a Arosa (41%), empresa estatal russa que tem estado em grandes dificuldades nas últimas semanas.
Quanto ao que levou à apreensão da participação chinesa na Catoca, ou quais os próximos passos após a transferência para o IGAPE das ações da LLI, Raimundo Santarosa, porta-voz do IGAPE afirma estar “sobre segredo de justiça”. Em declarações à Rádio Nacional de Angola este domingo (19), Santarosa revela que o IGAPE recebeu a participação apenas como “fiel depositário”.
Para Alex Vines, especialista em relações internacionais de Angola na Chatham House, “a China Sonangol estava ligada ao antigo regime [angolano]” e essas ligações podem ajudar a explicar a exclusão. Em declarações ao Financial Times (FT), Vines defende que esta é uma forma de o governo de João Lourenço “assegurar os investidores de que está a limpar o setor”.
Com o avançar do processo na justiça, saberemos se Luanda vai manter a posição maioritária ou transferi-la para novos investidores.