A organização sem fins lucrativos afirmou que as vidas das populações estão a ser negativamente afetadas pelas operações de explosão e pela poluição da água causadas pela empresa Meya Mining.
Em Julho de 2019, o governo da Serra Leoa concedeu à Meya Mining, em que 35% é propriedade da Germinate SL Limited, da Serra Leoa, e 65% da Trustco Group Holdings, da Namíbia, uma licença para extrair cerca de 850 milhões de dólares americanos em diamantes, num período de 25 anos, no país.
Durante quatro anos, entre 2018 e 2021, a Amnistia realizou uma pesquisa, no distrito de Kono, onde entrevistou 128 pessoas de nove comunidades afetadas pelas atividades da Meya Mining.
A organização referiu que conversou ainda com autoridades nacionais e locais, assim como funcionários séniores da Meya Mining.
Dessa pesquisa surgiu o relatório ‘Serra Leoa: Nenhum diamante vale a vida de uma comunidade’, que evidencia as várias preocupações causadas pelas atividades de exploração de diamantes na região, como as explosões e violações dos direitos socioeconómicos dos habitantes locais.
As comunidades recebem apenas um aviso de que a Meya Mining irá realizar explosões nas minas, forçando os moradores a sair das suas casas e abrigarem-se nas instalações extremamente precárias criadas pela empresa até que as explosões terminem.
A Amnistia salientou ainda que as amostras de água testadas em dois poços construídos pela diamantífera revelaram níveis de nitratos bem acima do nível seguro da Organização Mundial da Saúde (110 e 120 miligramas por litro quando devia ser no máximo 50 miligramas por litro).
A Meya Mining garantiu à Amnistia que tomou medidas para mitigar alguns dos impactes ambientais e sociais da exploração de diamantes.
Samira Daoud, a diretora regional da organização na África Ocidental e Central, disse estar a encorajar “as autoridades da Serra Leoa e a empresa de mineração a fazer tudo o que estiver ao seu alcance, juntamente com as comunidades locais, para aliviar o seu sofrimento relativamente às atividades da mina, garantindo que os princípios de negócios e direitos humanos das Nações Unidas sejam implementados”.