Alrosa

A história da Alrosa remonta a 1954, quando foi encontrado o primeiro depósito primário de diamantes na União Soviética, o tubo de kimberlito Zarnitsa.

Em 1955 foram descobertos o cachimbo de kimberlito Mir e o cachimbo Udachnaya.

Dois anos depois, em 1957, foi tomada a decisão de iniciar as operações de mineração e produção nos depósitos de Yakutia. Para gerir a construção da instalação e o resto das operações, é criado o grupo de empresas Yakutalmaz, com sede em Mirny.

Os primeiros diamantes capazes de serem comercializados foram recuperados no mesmo ano e, dois anos depois, a União Soviética vendeu o seu primeiro carregamento de diamantes no mercado mundial.

Durante o período soviético, a indústria de mineração de diamantes no país desenvolveu-se apoiada na mina a céu aberto Mir e nos seus depósitos adjacentes. Foi durante esses anos que as suas principais minas a céu aberto, usinas de processamento e instalações de geração de energia, entraram em operação.

Nascimento da Alrosa

Mas só em 1963 é que foram assinados os primeiros contratos de venda entre a URSS e o grupo sul-africano, De Beers. Em 2009, esta parceria foi encerrada por ser considerada contrária às leis de concorrência da União Europeia. Desde aí a Alrosa distribui de forma independente a sua produção de diamantes brutos para o mercado mundial.

Como a União Soviética estava muito endividada no final da década de 1980, Viktor Vladimirivich Gerashchenko e seis outros responsáveis deslocaram-se à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, com o objetivo de obterem empréstimos de estados do Golfo Pérsico, de forma a evitarem o colapso do sistema bancário soviético.

Assim surge a empresa Alrosa, como sociedade anónima fechada, num acordo assinado a 19 de Fevereiro de 1992, com o intuito de substituir a na NPO Yakutalmaz, que era a empresa soviética de mineração de diamantes.

Daí em diante a Alrosa fica responsável pela mineração dos antigos terrenos da NPO Yakutalmaz e só em Julho de 2007 é que é descoberto um novo campo de mineração, o Verkhne-Munskoye, em Yakutia.

A recessão e o apoio do Estado

Em Agosto de 2009, durante a recessão financeira que se viveu mundialmente, o primeiro-ministro Vladimir Putin anunciou que o governo russo, através do Gokhran, instituição sob a égide do Ministério da Indústria, responsável pela compra e venda de minerais, gemas e joalharia, adquiriria um milhar de milhão de dólares americanos em diamantes brutos da Alrosa.

Esses esforços foram efetuados para apoiar a indústria russa de mineração de diamantes, uma vez que essa é fundamental para a economia da Yakutia.

Em 2011 houve uma reorganização na Alrosa que passa a ser considerada como uma sociedade anónima aberta, com free float de ações nos mercados financeiros.

O Target Fund e as iniciativas sociais

Em 2016, de 92 empresas de mineração, a Alrosa foi classificada como pertencendo às 12 melhores no respeito aos direitos indígenas no Ártico.

Em 2017, a Alrosa implementou mais de 500 iniaciativas sociais, sendo 70% de todas essas implementadas em Yakutia, a região-chave da Alrosa.

Essas iniciativas são implementadas através da organização sem fins lucrativos, Target Fund for Future Generations of the Republic of Sakha (Yakutia).

Nesse mesmo ano, a Alrosa foi classificada entre as três melhores no que toca a responsabilidade ambiental das empresas de mineração e fundição. A classificação foi atribuída pelo World Wildlife Fund, um programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Ambiental.

A relação com a Índia

Também em 2017, foi assinado um Memorando de Cooperação entre a Alrosa e o Gem & Jewelry Export Promotion Council (GJEPC) no âmbito da Cimeira Índia-Rússia com a participação do Presidente russo Vladimir Putin e do primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

As relações com a Índia prosperam ainda hoje, apesar do boicote do Ocidente e das sanções para isolar a Rússia por causa da invasão da Ucrânia. O Estado indiano autorizou, este ano, as empresas do país a fazer pagamentos em rupias na importação de diamantes da Alrosa.

Transparência e responsabilidade ambiental

Em janeiro de 2018, a ALROSA ficou em 10º lugar entre as empresas na Rússia em termos de transparência corporativa, obtendo um um índice de 6,0 de um máximo de 10,0 (com o índice geral na Rússia a ser de 2,6), de acordo com o estudo “Transparency in Corporate Reporting”, elaborado pela organização sem fins lucrativos russa, a Transparency International.

Em 2021, a ALROSA ficou classificada no 53º lugar, no Índice de Responsabilidade Ambiental do Ártico (AERI), que abrange 120 empresas de petróleo, gás e mineração envolvidas na extração de recursos ao norte do Círculo Polar Ártico.

Resultados e sanções

A Alrosa informou que em 2021 produziu 45.5 milhões de quilates de diamantes brutos e polidos, que resultaram num lucro total 4,169 mil milhões de dólares americanos. Esse total divide-se entre 3,977 mil milhões em diamantes brutos e 192 milhões em polidos.

Em 2022, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, vários países mobilizaram-se para implementar sanções económicas contra várias empresas, indivíduos e instituições financeiras com sede na Rússia. A 24 de fevereiro de 2022, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou as primeiras sanções contra a Alrosa.

Redação

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