Nas primeiras duas semanas de 2023 verificou-se que a moda está a levar a um aumento da procura por fancies, ou seja, diamantes com lapidações que não sejam redondas.
A principal lapidação é a oval, logo de seguida a mais procurada é a talhe radiante, depois são os diamantes lapidados em forma de esmeralda, de pêra e de almofada e por fim é a lapidação em marquise.
O mercado está mais lento para os diamantes na faixa dos 0,30 a 1,20 quilates, enquanto para os de 1,25 quilates e maiores está estável.
A procura de gemas com cores de F a J e graus de clareza entre VS e SI também se encontra estável.
O Rapaport acrescentou que “a escassez de oferta de fancies bem lapidados sustenta os preços” praticados no mercado. Os retalhistas estão a oferecer mais opções de produtos à medida que os consumidores buscam lapidações mais alternativas.
Registou-se também que os diamantes de tamanho considerável, os oversizes, estão a ser negociados a preços mais elevados do que o normal e que mesmo os fancies se tiverem lapidações mal feitas são difíceis de serem vendidos.
Relativamente aos Estados Unidos, sabe-se que os comerciantes a retalho e revendedores estão a avaliar a quantidade de stock de que necessitam para o primeiro trimestre e muitos estão com dificuldades em encontrar produtos de qualidade para substituir aqueles que venderam durante a época festiva.

No país norte-americano os diamantes de 1 quilate, cor D e clareza IF têm mostrado uma boa procura e preços estáveis.
As jóias de marca continuam a ser bastante procuradas e os joalheiros estão a preparar promoções para o Dia de São Valentim.
Na Bélgica constata-se um mercado relativamente tranquilo. Os negociantes têm boas perspetivas para o comércio, mas estão cautelosos com a situação no Extremo Oriente, especialmente na China.

Os diamantes com menos de um quilate, cores D a G e graus de clareza IF a VVS têm tido um bom desempenho no mercado belga.
O Rapaport frisou que o setor de brutos está mais cauteloso antes do primeiro ciclo de vendas do ano da De Beers (previsto ocorrer entre os dias 16 e 20 de Janeiro), visto que os preços de diamantes em leilões têm diminuído.
Em Israel o comércio está mais reduzido à medida que os clientes regressam gradualmente das festividades, mas pode-se observar uma procura especialmente voltada para as marcas de luxo.

Como prevalece uma atmosfera de incerteza nos Estados Unidos e na China, as expectativas dos comerciantes são baixas para o primeiro semestre de 2023. Contudo, os negociantes estão a monitorar os níveis de preços.
Espera-se que o ciclo de vendas da De Beers da próxima semana também dite a direção do mercado israelita.
Relativamente à Índia verifica-se um “interesse renovado” por parte da China, que está a levar a uma procura significativa por diamantes de 0,30 quilates, cores D a G e graus de clareza IF a VS2.
O mercado local apresentou-se estável durante a temporada de casamentos, que coincidiu com o Diwali, e os negociantes americanos e europeus ainda estão a retomar as suas atividades após a época festiva, determinando os stocks necessários.

O comércio de brutos encontra-se estável e os diamantes mais pequenos estão em fase de consolidação no mercado da Índia. Aliás, tem havido um crescimento de vendas na categoria de diamantes de tamanho reduzido, conhecidos como melee.
Na Índia a produção de polidos está abaixo da sua real capacidade, mas o Rapaport salienta que está a começar a aumentar consoante as expectativas de maior procura no primeiro trimestre.
Por último, em Hong Kong tem-se verificado um “mercado misto no período de compras durante as festividades”, de acordo com o Rapaport.
A economia local está mais lenta do que a do ano passado, visto que o comércio a retalho tem enfraquecido. Existe, no entanto, uma procura estável em relação aos diamantes entre um a dois quilates.

Como a China tem mostrado sinais de recuperação após o mais recente surto de Covid-19, o foco em Hong Kong está nas jóias de ouro bastante associadas com o Ano Novo Chinês, que será celebrado no dia 22 de Janeiro.
Fonte: Rapaport