A empresa australiana anunciou recentemente que o reembolso completa o pagamento previamente aprovado de 14,8 milhões de dólares australianos (10 milhões de dólares americanos) do empréstimo de acionistas da Sociedade Mineira do Lulo, em Angola.
O Banco Nacional de Angola já tinha aprovado, em Agosto, o reembolso integral do empréstimo de investimento da Lucapa.
Também foram enviados cerca de 20 milhões de dólares australianos em dividendos da SML e amortizações de empréstimos de Angola para a Lucapa este ano.
Na recente Assembleia Geral anual da SML, os acionistas aprovaram um dividendo adicional de 5,9 milhões de dólares australianos (4 milhões de dólares americanos) e outro reembolso do empréstimo de 5,9 milhões de dólares. Prevê-se que os pagamentos comecem no primeiro trimestre do próximo ano.
Além de destacar essas recentes questões financeiras, a Lucapa realizou ontem um webinar para os investidores, dando conta do estado das suas operações e algumas das previsões para o próximo ano, incluindo sobre o mercado diamantífero.
Neste momento, a empresa tem seis projetos em quatro países (Angola, Botsuana, Lesoto e Austrália). Detém 100% de dois projetos: o de Merlin, na Austrália, e o de exploração de kimberlito em Orapa, no Botsuana.
Da mina aluvial do Lulo, em Angola, cuja produção representa um dos maiores valores (em dólares) por quilate no mundo, a Lucapa afirmou que as operações estão de acordo com o plano previamente estabelecido e irá fornecer uma atualização detalhada sobre as atividades ainda este mês.
Da exploração de kimberlito no Lulo, conseguiu encontrar vários kimberlitos, mas houve um que se destacou: o L164, cujo material está ainda a ser processado. Desse kimberlito foram recuperados 20 diamantes de 15,51 quilates no total.
Em relação à sua mina Mothae, no Lesoto, que está na lista das cinco minas cujo preço por quilate (em dólares) também é um dos mais elevados, os planos para as suas operações têm sido cumpridos este ano.
A Lucapa pretende agora iniciar investigações e rever opções estratégicas de forma a aumentar a sua capacidade.
O último empreendimento referido pela empresa é o projeto diamantífero Merlin, onde optou por seguir um método de exploração híbrido (um de poço aberto e outro vertical) e o contrato de mineração foi renovado para 25 anos, terminando somente em 2047.
Relativamente ao que se pode esperar no próximo ano no mercado de diamantes, a Lucapa prevê que as “ações da Rússia, as dificuldades financeiras económicas e as restrições de Covid na China” terão um impacte na procura por parte dos consumidores.
A empresa acrescentou que as produções de minas de diamantes naturais estão a diminuir e antecipou o tempo útil de vida de algumas: a Diavik poderá encerrar em 2024, a Ekati em 2025, a Gahcho Kué em 2028 e a Koffiefontein irá fechar ainda esta década.
No entanto, mesmo havendo essa previsão de queda na produção de brutos naturais, é mencionado que as previsões de consumo dessas pedras preciosas têm tendência a crescer.