A venda de diamantes feitos em laboratório tem aumentado a pique na Índia, país responsável pelo corte e lapidação de 90% dos diamantes vendidos no mundo, devido ao aumento de procura no mercado norte-americano e uma maior aceitação global deste tipo de diamantes, de acordo com Mining Weekly.
Vipul Shah, vice-presidente do Gem & Jewellery Export Promotion Council (GJPEC), acredita que “temos um enorme potencial para aumentar as exportações para 7 a 8 biliões de dólares norte-americanos nos próximos anos, com base na procura dos EUA e aceitabilidade no Reino Unido e na Austrália”, sendo que no ano anterior os lucros foram de “apenas” um bilião.
“Os sintéticos vão ser tratados como uma jóia da moda, acessível aos jovens, e é assim que o mercado vai mudar”, acredita Shah.
Os diamantes cultivados em laboratórios representam uma pequena parte do mercado atualmente, mas por serem mais baratos têm vindo a aumentar a sua participação, pois possuem as mesmas características físicas e composição química das pedras extraídas e os especialistas precisam de uma máquina para distinguir entre pedras sintetizadas e extraídas naturalmente.
Estes diamantes sintéticos ou “Lab Grown Diamonds” são desenvolvidos a partir de uma semente de carbono colocada em uma câmara de micro-ondas e superaquecida em uma bola de plasma brilhante, com o processo a criar partículas que se cristalizam em diamantes em semanas.
As exportações de diamantes lapidados cultivados em laboratório por parte da Índia subiram cerca de 70% no período de abril a julho, para lucros de 622,7 milhões de dólares, enquanto as de diamantes naturais caíram cerca de 3%, representado 8,2 bilhões durante o mesmo período, segundo dados revelados pelo GJEPC.
Uma das vantagens que os defensores dos sintéticos apresentam é que estes possuem um sistema de rastreamento que ajuda a monitorar a cadeia de suprimentos e manter a confiança do consumidor nos diamantes que possui.
Ritesh Shah , diretor da ALTR Created Diamonds uma das primeiras marcas globais de cultivados em laboratório a iniciar negócios na Índia, afirmou que “os diamantes extraídos da terra com qualidade para serem comercializados estão a ser substituídos completamente por diamantes cultivados em laboratório”, acrescentando que “ a acessibilidade do produto, a baixa pegada de carbono, o tamanho e a boa qualidade oferecem um grande atrativo para os compradores, com os Estados Unidos na liderança na mudança de comportamento do consumidor”.
A Índia contribui com cerca de 15% da produção global de diamantes cultivados em laboratório, segundo Shah.