História das bolsas de diamantes no mundo

Marita Moreno Ferreira

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As bolsas de diamantes são os locais e instituições que regulam a actividade de venda e compra dessas pedras preciosas. Estão quase todas reunidas sob a égide da World Federation of Diamond Bourses (WFDB) e têm um papel vital na indústria mundial de diamantes, facilitando as transacções seguras e a sua integridade.

A Bolsa de Diamantes de Antuérpia, que teve as suas origens na primeira bolsa de trocas comerciais no mundo, é um dos ícones da actividade diamantífera. Conhecida em todo o mundo, começou a funcionar em 1886 e rapidamente se tornou um dos maiores centros da indústria que tem 576 anos na cidade.

Em 1931 foi fundado em Nova Iorque o Diamond Dealers Club (DDC), que é uma das mais antigas bolsas nos Estados Unidos e tem tido um papel determinante na indústria dos diamantes nos EUA.

A Israel Diamond Exchange (IDE), em Ramat Gan, outra importante bolsa desta indústria, surgiu em 1937 e continua a ter um papel destacado para todos os profissionais do sector.

Estas três bolsas continuam a ter uma grande importância para toda a cadeia diamantífera, pela sua experiência secular e papel estratégico na história dos diamantes.

Bolsas a Oriente

A Diamond Federation of Hong Kong (DFHK), instalada naquela região administrativa especial da China, é uma organização formada em conjunto por duas associações de longa data na região. A Diamond Importers Association (1959) e a Hong Kong Diamond Bourse (1985). Procura coordenar esforços para uma actividade em ambiente seguro e regulamentado.

Bolsa de Hong Kong (Imagem: caixin.com)

Banguecoque, um grande centro de lapidação e manufactura de diamantes no Sudeste Asiático, fundou a Bangkok Diamonds & Precious Stones Bourse (BDPSE) em 1992.

A Diamond Exchange de Singapura (DES) estabeleceu-se em 2009 e foi criada para reforçar a posição de Singapura como um centro financeiro e de trocas de carácter global. A DES negoceia em diamantes, gemas e metais.

Criada em 2000, a Shangai Diamond Exchange (SDE) teve uma importância decisiva para o desenvolvimento da indústria dos diamantes na China. E tem conseguido substanciais avanços para a criação, pelo Governo, de uma plataforma reguladora e transparente para o mercado.

A Tokyo Diamond Exchange (TDE) é a única bolsa de diamantes no Japão e é composta por membros que representam as principais empresas de diamantes do país. Faz parte da Federação Mundial de Bolsas de Diamantes (WFDB).

Na Índia, a Bharat Diamond Bourse (BDB), em Bombaim, é uma das mais importantes bolsas de todo o mundo. Foi criada em 2010 e congrega mais de 2.500 escritórios de companhias ligadas à indústria indiana de diamantes.

Para Novembro deste ano está prevista a inauguração das instalações da Surat Diamond Bourse (SDB), no estado de Gujarat. Surat é um imenso e importante centro de lapidação e polimento de diamantes.

No país operam ainda a Mumbai Diamond Merchants Association (MDMA), fundada em 1928, uma das mais antigas organizações de comércio de diamantes do país, a par com a Kolkata Diamond Merchants Association (KDMA), criada em 1966, no estado de Bengala Ocidental.

A Korea Diamond Exchange (KDE), criada em 2011, teve um papel fundamental na redução dos impostos sobre a importação de diamantes na Coreia do Sul. Em Fevereiro de 2019 assinou um acordo com a WFDB para promover as suas actividades.

Na Austrália, o Diamond Club of Australia (DCA), em Sidney, iniciou a sua actividade em 1983 e cobre todo o mercado australiano, promovendo o profissionalismo, práticas éticas e padrões de alta qualidade para toda a cadeia de diamantes.

Imagem: ddca.org.au

Bolsas a Ocidente

Além do Diamond Dealers Club (DDC), citado acima, o Diamond Club West Coast (DCWC), em Los Angeles, na Califórnia, constituiu-se em 1978. Tem tido um papel de destaque e a plataforma deu um grande contributo para o desenvolvimento do sector diamantífero e da joalharia na Costa Oeste dos EUA.

Em Miami, a Diamond Bourse of Southeast United States, Inc. estabeleceu-se oficialmente como organização no Estado da Flórida em 2000, mas não está correntemente activa.

No Canadá, a Diamond Bourse of Canada (DBC), em Toronto, no Canadá, foi fundada em 2010. É uma plataforma que serve a indústria diamantífera do país, com minas importantes para o sector a nível global.

Na América do Sul, mais precisamente no Panamá, o World Jewelry & Diamond Hub assume-se como a primeira bolsa de diamantes da zona e das Caraíbas, fazendo já parte da WFDB.

Imagem: pde.com.pa

Médio Oriente

Nesta região, Israel e o Dubai são os grandes protagonistas. Israel tem três organizações associadas na Federação Mundial das Bolsas de Diamantes (WFDB), muita história e muita experiência.

Imagem: Natural Diamond World

A Dubai Diamond Exchange (DDE), no DMCC, surgiu em 2004 e já se tornou um dos maiores centros mundiais de comércio de diamantes, pérolas e outras gemas.

As duas organizações cooperam a todos os níveis na região, regulando, trocando experiências e zelando por um comércio de qualidade e rigor.

África e Rússia

Apesar de ser o continente com mais minas de diamantes e pedras extraordinárias, a África do Sul, onde a exploração se iniciou no século XIX, é para já a casa da única bolsa de diamantes, o Diamond Dealers Club of South Africa (DDCSA), criado em 1941 por um grupo de 29 fundadores, entre os quais se contava Harry F. Oppenheimer.

Na Rússia, país que continua em primeiro lugar na exploração de diamantes, a Assembleia Geral da World Federation of Diamond Bourses aceitou a Moscow Diamond Bourse como o seu 26º membro no World Diamond Congress de 2006, em Telavive.

Bolsas europeias

Na Europa, Antuérpia é o coração dos diamantes, com 576 anos de história e experiência com diamantes. A Antwerp Diamond Exchange (ADE) e o Antwerp World Diamond Center (AWDC) são as organizações mais relevantes da capital belga e do seu famoso Distrito dos Diamantes.

Em Amesterdão, o Vereniging Beurs voor den Diamanthandel, conhecido mundialmente como a Amsterdam Diamond Bourse, foi fundada em 1890, sendo por isso a mais antiga bolsa de diamantes do mundo.

A London Diamond Bourse abriu em 1940, como resultado da invasão da Bélgica pelos Nazis. Alguns refugiados daquele país eram negociantes de diamantes que conseguiram fugir com os seus stocks.

A primeira bolsa funcionou em Greville Street, no café de Mrs. Cohen, perto de Hutton Garden. Em 1945 houve necessidade de expandir as instalações, a que se seguiu uma nova ampliação em meados dos anos 50 daquele século.

Na Áustria, o Diamant-Club Vien, com cem anos de existência, é a bolsa associada do WFDB. Em 2013 foi constituída a Precious Metals and Diamond Markets of Borsa İstanbul.

Por fim, em Milão funciona, desde 1926, a Borsa Diamanti D’Italia, também afiliada da Federação Mundial de Bolsas de Diamantes (WFDB).

Bolsas de diamantes em todo o mundo (Imagem: WFDB)

Fontes: Wikipedia, WDBF, Rapaport, Idex, Forbes, archive.org, entre outras

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