A HB Antwerp está à procura de novas parcerias em África como consequência do novo acordo assinado com o Governo do Botsuana em que o executivo passa a ter uma participação de 24% da empresa belga.
Rafael Papismedov, um dos co-fundadores da HB Antwerp, afirmou que a empresa está a explorar potenciais parceiros para adquirir diamantes em bruto na Namíbia, África do Sul, Lesoto e República Democrática do Congo.
A empresa estatal do Botsuana Okavango Diamond Company vai fornecer à HB Antwerp uma quantidade ainda não revelada de diamantes em bruto ao longo de cinco anos.
Papismedov não revelou com que governos a HB Antwerp reuniu, mas disse que a Namíbia, a África do Sul e o Lesoto são “mercados interessantes”.
“Há conversações iniciais com muitos governos, mas atualmente o nosso foco é o Botsuana”, explicou o co-fundador.
“Esperamos começar a ter discussões sérias em 2024”, prosseguiu.
O Botsuana está em negociações com o Grupo De Beers para renovar o acordo de venda e comercialização de diamantes de 2011, que expira em Junho.
Um maior fornecimento de diamantes, nomeadamente através de outras regiões, pode ajudar a HB Antwerp a aumentar as suas vendas para mais de mil milhões de dólares norte-americanos entre três a quatro anos, segundo o co-fundador.
Os produtores de África, do Canadá e da Austrália enfrentam dificuldades em competir com a Índia no segmento de produção de diamantes brutos a polidos.
“Os indianos têm infraestruturas, competências e custos de mão-de-obra que os torna líderes mundiais em termos de fabrico de diamantes, razão pela qual mais de 90% dos diamantes do mundo são cortados e polidos na Índia. O processamento de mais diamantes nos países africanos poderia ajudar a aumentar as receitas dos governos, criar empregos e reforçar a transparência”, explicou.
“Acreditamos que todos os diamantes do Botsuana e todos os diamantes dos países africanos devem ser transformados localmente”, concluiu.
Fontes: Rough & Polished e Reuters