A Diamond Standard, uma empresa de tecnologia sediada em Nova Iorque, está a tentar tornar o mercado global de diamantes, no valor de 1,2 biliões de dólares norte-americanos, mais acessível aos investidores financeiros, através de um método que segue o preço das pedras preciosas.
O objetivo da Diamond Standard é criar barras, equivalentes às barras de ouro, para o mercado de pedras preciosas que contém diamantes.
Esta modalidade passaria pela criação de um ‘futures contract’ para diamantes na Minneapolis Grain Exchange (MGEX) até ao final do ano, anunciou o diretor executivo Cormac Kinney ao Financial Times.
Se for bem sucedido, abrirá caminho para o lançamento de um fundo negociado em bolsa apoiado por diamantes já no final do próximo ano.
Porém, a empresa enfrenta a dificuldade do caso de cada pedra ser única, e os ‘futures contract’ podem levar anos a serem feitos.
O proprietário da MGEX, Miami International Holdings, ainda não iniciou o processo de aprovação junto das entidades reguladoras dos mercados de derivados dos EUA para cotar os contratos e as opções para os diamantes.
Em Setembro, a Diamond Standard lançou um mercado de comércio peer-to-peer para barras e moedas que contêm grupos de diamantes de igual valor encerrados numa placa de resina plástica, similar ao que acontece com barras de ouro onde todas têm o mesmo valor.
Ao longo da parte inferior há um chip utilizado para autenticação e transações, com um código QR impresso. Cada barra deste tipo vai valer 52 100 dólares norte-americanos e cada moeda o valor de 5 210 dólares norte-americanos.
Kinney disse que o lançamento de um contrato deste tipo é o próximo passo para atrair grandes gestores de ativos a comprar diamantes como parte da sua carteira de investimentos.
“Os diamantes valem mais do que a prata, a platina, o paládio e o ródio juntos. É um recurso negligenciado em que os investidores não podem tocar porque cada diamante é diferente”, afirmou.
A iniciativa surge numa altura em que os preços do ouro se aproximam de um máximo histórico, refletindo a procura dos investidores de locais seguros para guardar o seu dinheiro em tempos de inflação e de choques no sistema global.
Os diamantes tendem a manter o seu valor em épocas de turbulência económica, uma vez que apresentam normalmente uma baixa volatilidade de preços.
No entanto, os diamantes enfrentam o desafio de que cada pedra varia com base nos chamados quatro C (corte, cor, clareza e peso em quilates), o que significa que o valor de cada pedra varia.
“Os diamantes são, sem dúvida, uma categoria muito atrativa, uma vez que têm um valor elevado em relação ao peso, apresentam uma baixa volatilidade e um crescimento consistente dos preços. No entanto, existem questões que têm de ser resolvidas”, afirmou Olya Linde, sócia da área de energia e recursos naturais da Bain & Company.
Fontes: Financial Times e Rough & Polished