A primeira parte do leilão da Christie’s das jóias de Heidi Horten foi um êxito, arrecadando 156 milhões de dólares norte-americanos, um novo recorde que ultrapassou o valor estimado de 139 milhões de dólares.
A segunda parte do leilão das jóias de Horten ocorre a 12 de Maio.
A inquietação sobre a origem da riqueza de Horten marcou o leilão com polémica.
O falecido marido de Horten, o magnata alemão dos grandes armazéns Helmut, fez fortuna, em parte, comprando empresas a judeus que foram forçados a vendê-las durante a era nazi a preços reduzidos.
A imprensa referiu que dois dos principais artigos do leilão não corresponderam às expectativas.
O Sunrise Ruby foi vendido por cerca de 14,6 milhões de dólares, abaixo da sua estimativa de pré-venda. Tinha sido comprado por Horten por 30 milhões de dólares norte-americanos num leilão de Genebra há sete anos.

O colar de diamantes Briolette of India foi vendido por cerca de 7 milhões de dólares norte-americanos, o que também ficou aquém da expectativa.

Por outro lado, um anel de diamantes da Bulgari foi vendido por cerca de 10,1 milhões de dólares norte-americanos, praticamente o triplo do valor estimado.
As receitas do leilão para a propriedade de Horten destinam-se à Fundação Heidi Horten, que apoia a investigação médica, o bem-estar das crianças e o acesso às artes.
Em resposta às críticas, a Christie’s referiu que Horten, que faleceu no ano passado, comprou as jóias desde a década de 1970 até 2022. A casa de leilões comprometeu-se a doar uma parte “significativa” da sua comissão de venda à educação sobre o Holocausto.
A World Federation of Diamond Bourses (WFDB) condenou a venda e disse que a Christie’s deveria dar mais transparência sobre quem receberia o dinheiro se a casa de leilões insistisse em realizá-la.
A Christie’s comunicou que cabe às entidades decidir se divulgam os donativos.
Alguns grupos de judeus também se opuseram ao leilão.
“Não recompensem aqueles cujas famílias podem ter ganho riquezas de judeus desesperados, visados e ameaçados pelos nazis”, declarou o rabino Abraham Cooper, reitor associado e diretor de ação global do Centro Simon Wiesenthal, uma organização judaica de direitos humanos e de investigação do Holocausto.
Fontes: jckonline.com e Christie’s