Roland Naftule: um homem além fronteiras

Roland Naftule, um comerciante suíço de gemas amplamente respeitado que dedicou inúmeras horas às associações industriais, faleceu a 1 de Abril, com 85 anos, vítima de cancro, em San Diego, rodeado pela sua família.

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Naftule nasceu na Suíça em 1937, filho de Jean e Claire-Lyse.

O seu avô, Leon Naftule, teve um vizinho que sabia cortar pedras preciosas e o negócio fascinou-o. Começou por dirigir uma joalharia e lapidário em Genebra, a Naftule Fils, onde os seus filhos, dos quais o pai de Roland, se juntaram ao negócio.

Em 1952, o pai, Jean, expandiu o negócio para os Estados Unidos, abrindo a NAFCO Gems em Nova Iorque. Roland, com 19 anos, juntou-se ao pai, vendendo localmente pedras preciosas.

O negócio familiar expandiu-se para a produção bruta, envolvendo-se em empreendimentos mineiros na Tanzânia e até abriu uma instalação de corte em Shannon, na Irlanda. Em 1976, a Naftule tinha transferido o negócio para Scottsdale, Arizona, abrindo uma oficina de lapidação em Phoenix.

Após a entrada das filhas no negócio, Roland focou-se naquilo que o deixava mais realizado: servir a indústria.

Foi um dos organizadores fundadores da American Gem Trade Association (AGTA) e o primeiro presidente da associação de 1983 a 1985.

Nos anos 80, juntamente com Leon Ritzler e Ray Zajicek, fundou a Naftule, uma associação grossista onde em alguns dias foram recrutados 150 membros.

Roland também presidiu, durante 12 anos, ao comité de regras da indústria da AGTA.

Em 1984 ajudou a fundar a International Colored Stone Association (ICA), e serviu como presidente do seu comité organizador e presidente fundador de 1985 a 1989. Em 2003, recebeu o prémio de realização vitalícia da ICA.

O entusiasmo de Roland pelas pedras preciosas coloridas, juntamente com a experiência de uma terceira geração, permitiu-lhe construir um negócio global de sucesso na venda de pedras preciosas coloridas, incorporando eventualmente operações de mineração e corte nas suas actividades.

Foi também membro do conselho de administração do GIA durante 12 anos, com início em 2001, e presidiu aos comités de consultoria e museus de pedras preciosas coloridas do GIA.

Mas a sua relação mais duradoura foi com a CIBJO, a World Jewellery Confederation.

Durante mais de duas décadas Naftule foi presidente do Sector A da CIBJO, onde supervisionou a preparação dos Livros Azuis da associação, o conjunto amplamente utilizado de padrões e terminologia de joalharia, que são continuamente revistos e actualizados.

“Cada Livro Azul é um documento vivo”, declarou Naftule.

Também serviu como vice-presidente da CIBJO, representante dos EUA, e membro do seu conselho de administração, comissão executiva, e conselho do presidente, bem como presidente e vice-presidente da sua comissão de pedras coloridas.

O trabalho que Naftule supervisionou “constitui a base das normas adoptadas em todo o globo, e está integrado em várias leis e regulamentos nacionais, e é aceite pelos tribunais que julgam litígios numa variedade de países”, declarou a CIBJO.

Segundo o presidente da CIBJO, Gaetano Cavalieri: “O seu trabalho, dedicação, e sabedoria continuarão a servir os profissionais da indústria e os seus clientes durante muitas décadas.”

“O termo ‘gigante da indústria’ é frequentemente utilizado em excesso, mas no caso de Roland é um eufemismo”, concluiu o presidente da CIBJO.

Fontes: Rapaport, jckonline.com, agta.org, gemstone.org, cibjo.org, diamondworld.net e nafcogems.com

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